Empreender no Brasil não é uma tarefa para amadores. Para manter um negócio em plena atividade no país, é preciso enfrentar um ambiente desafiador, seja por fatores de ordem econômica, de mercado, de crédito, entre tantos outros. O número de empresas que baixam as portas em menos de cinco anos é assustador.
Quase 50% delas acabam morrendo em até meia década – de acordo com dados do IBGE. Um dos grandes causadores desse problema é a falta de gestão do negócio, que, muitas vezes, tem por trás um empreendedor com falta de experiência em conduzir a operação. O Sebrae fez um levantamento no qual as principais causas disso refletem desde a ausência de pesquisa sobre o mercado em que o empreendedor irá atuar, o capital de giro real para manter a operação, entre outros fatores.
Um dos modelos que despontou nas últimas décadas e que se tornou uma alternativa interessante para os empreendedores foram as franquias e que seguem em pleno crescimento. A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou que o faturamento do mercado de franquias subiu 17,2% no primeiro trimestre deste ano se comparado com o mesmo período de 2022, elevando-se de R$ 43,3 bilhões para R$ 50,8 bilhões.
Saindo da seara dos números, a pergunta que muita gente que tem vontade de empreender se faz é: por que o modelo de franquias tem uma taxa de mortalidade dez vezes menor do que a de uma empresa comum? A resposta é clara: a experiência da franqueadora. Até se tornar uma, antes ela era apenas um pequeno negócio, que já passou por vários percalços, percorreu o caminho das pedras, superou obstáculos, vivenciou períodos de crise e esclareceu dúvidas. Ou seja, pavimentou o caminho.
O fato de ter uma empresa que já percorreu essa estrada permite que os franqueados dediquem seus esforços e energia para aspectos importantes do negócio, como buscar a melhor experiência, cuidar dos clientes, oferecer um atendimento de excelência e um serviço de qualidade, além de aprimorar seus produtos.
Outro ponto favorável das franquias é que as franqueadas estão sempre em busca de colocar a inovação na gestão, aprimorando processos, por exemplo, o que reduz a preocupação do franqueado com a gestão.
Acompanhando tendências
Uma das atitudes mais bem acertadas que um empreendedor pode tomar ao longo de uma jornada é conhecer a fundo o mercado em que pretende atuar e pedir a ajuda de uma consultoria para fazer um trabalho de viabilidade do negócio. Hoje a franquia se tornou inclusive um caminho promissor para quem está mirando novas alternativas de investimentos.
Por ser um produto já testado, tem menos volatilidade do que um ativo da Bolsa de Valores, que oscila diariamente e pode mudar de rota a qualquer momento, refletindo o humor do mercado, com riscos elevados, além de uma rentabilidade que, com muito custo, passa de 1,0% ao mês, enquanto uma loja pode entregar mais de 5% para o bolso do empresário, dependendo do esforço dele e do formato do ponto de venda.
No setor de alimentação, por exemplo, algumas tendências já mostram que ainda temos muito o que caminhar, com a penetração cada vez maior de drinks não alcoólicos nos cardápios, o que representa ganhos maiores na margem para o empreendedor. A onda vegana também bateu na porta dos bares, com a presença de comida à base de plantas cada vez mais caindo na preferência dos clientes.
Apesar de ainda ser pouco conhecido como franquias, os bares fazem parte de um dos setores mais promissores para este ano. A ABF projeta um crescimento entre 9,5% e 12% no faturamento até o fim de 2023. Se depender de nós, vamos surfar essa onda com a criação de novas alternativas para os empreendedores apostarem nesse mercado com segurança e tranquilidade. Aguardemos os próximos capítulos.
*Por Bruno Gorodicht é sócio do Grupo Impettus.