O que esperar do mercado de alimentação saudável para os próximos anos? Para responder essa pergunta, temos de olhar primeiro para o passado. Segundo pesquisa realizada pela Euromonitor Internacional – uma das entidades mais importantes em pesquisa de mercado –, em 2020, a venda de alimentos desse tipo atingiu R$ 100 bilhões no Brasil.
Além disso, a pesquisa também identificou que para 28% dos brasileiros, o consumo de alimentos nutricionalmente ricos é muito importante; e que 22% da população opta por comprar alimentos naturais e sem conservantes. São fatias consideráveis.
Na pandemia, um estudo da Universidade de São Paulo revelou que houve um aumento na frequência de consumo de itens como frutas, hortaliças e feijão, de 40,2% para 44,6%, colaborando para uma alimentação mais saudável.
Por todos esses números, é fato que o brasileiro, hoje, se preocupa mais com a alimentação do que há 10 anos, e as empresas que perceberem isso irão surfar nesse mercado. O franchising, por exemplo, já percebeu.
Mesmo diante da crise e de uma série de obstáculos causados pela pandemia, as franquias de alimentação continuam sendo as que mais faturam no setor. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor movimentou R$ 40,8 bilhões em 2020. No terceiro trimestre deste ano, o segmento apresentou um aumento de 7,9% comparado ao mesmo período do ano passado.
Mas não se trata apenas de alimentação, tem a ver também com o comportamento do mercado e do consumidor. Hoje, o ramo de franquias de alimentação saudável é muito maior, puxado aos poucos por uma demanda de novos consumidores.
Veja o exemplo recente da pandemia. Nela, muitas pessoas ficaram ansiosas e, por vezes, acabaram descontando esse sentimento na comida. Mas foi por essa mesma vertente, a comida, que muitas pessoas também decidiram seguir por um caminho mais saudável na alimentação, e não voltaram atrás.
Acrescente a esta receita uma pitada de delivery que, no ano passado, por conta das restrições no comércio, se apresentou como uma alternativa importante para vendas (cresceu 140%) e acabou se fortalecendo com as reaberturas. Há franquias do ramo, como a Sucos S/A, que sequer faziam o delivery e, hoje, ele já representa 20% de todo o faturamento.
Shoppings, segundo levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o fluxo de pessoas está quase estabelecido a padrões anteriores e, mesmo que volte a cair, está aí o delivery para fortalecer as vendas.
Além disso, atualmente o consumidor tem à disposição muito mais opções de alimentos saudáveis, como saladas, sucos, açaís, tapiocas, dentre outras, e as franquias estão tomando esse espaço para si, mostrando que é possível se alimentar de forma saudável sem que isso cause um rombo no bolso do cliente.
Hoje, praticamente todas as cidades com mais de 100 mil habitantes tem pelo menos uma franquia de alimentação saudável e a tendência é que esse modelo de negócio chegue com mais espaço ainda em cidades com menos moradores.
Então, o que esperar do mercado de alimentação saudável para os próximos anos? Certamente, crescimento, não apenas de faturamento, mas de novas opções e de novos consumidores, que se preocupam cada vez mais em levar um estilo de vida saudável e que tendem a passar esse comportamento adiante.
Gustavo Dinamarco é sócio fundador da Sucos S/A, franquia de alimentação saudável
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