Lá se vão duas décadas da data de inauguração da primeira franquia de Luciano Fiorotto Junior, 61 anos. Depois de uma longa carreira traçada no antigo Banespa, ele saiu do banco em 1995 em um programa de demissão voluntária. Usou o dinheiro para empreender dois negócios: uma fábrica de suco de laranja em Porto Seguro, na Bahia, e uma fábrica de pão de queijo em Juiz de Fora, Minas Gerais. “Não obtive o desejado sucesso”, lembra.
Os negócios não iam bem, Luciano se viu sem trabalho e decidiu mudar-se para Curitiba, no Paraná, onde tinha familiares. Até então ele morava em Vitória, no Espírito Santo, em razão do emprego no banco, onde ocupava a gerência.
Foi nesse momento que ele conheceu a Nutty Bavarian, marca que na época estava dando seus primeiros passos no Brasil. Adriana Auriemo, fundadora da empresa no país, abriu as primeiras unidades da marca em 1996 e no ano seguinte, 1997, começou a expansão pelo sistema de franquias. “O Luciano foi um dos nossos primeiros franqueados. Acreditou na marca quando ela ainda era bem pequena, e está colhendo os bons resultados dessa aposta”, comenta Adriana.
Em 1998, quando percebeu que levar a Nutty Bavarian para o Paraná poderia ser uma oportunidade, Luciano tomou uma decisão importante: vender a casa da família em Vitória e usar o dinheiro para abrir seu primeiro quiosque de castanhas.
Naquela época, o primeiro grande desafio de Luciano como franqueado foi convencer o Shopping Curitiba, no Paraná, a aceitar o quiosque da Nutty Bavarian – hoje a maior rede do Brasil especializada em castanhas. “O desafio para colocar a operação em funcionamento foi grande, pois quiosques em shoppings centers eram novidade e ainda existia um tabu em relação a esse modelo”, diz Luciano.
Passada essa barreira inicial e instalada a primeira unidade, logo a operação começou a dar resultados e Luciano abriu, no ano seguinte, um quiosque no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, cidade vizinha à Curitiba. Ali a operação deslanchou. “Estávamos em um ponto privilegiado, com grande fluxo de pessoas, e isso gerou muitas vendas”, comenta o franqueado. “O Luciano foi o nosso melhor franqueado por vários anos. Seu ponto no aeroporto foi um verdadeiro fenômeno, elevou o patamar de faturamento da rede e nos mostrou que dava para irmos muito mais longe com nossa operação”, afirma Daniel Miglorancia, cofundador da Nutty Bavarian.
Além do ponto, fez a diferença na operação a forma como Luciano gere seus funcionários e os negócios. “Desde o começo sempre acompanho de perto a operação, para ver onde é possível melhorar e orientar os funcionários, para que tenham conhecimento suficiente, garantindo assim, a qualidade da produção, o bom atendimento e as decisões certas quando estão sozinhos. É claro que isso exige a presença na operação, porque só poderei orientar e corrigir se estiver lá. É assim até o funcionário entender todo o processo, mas mesmo assim, continua sendo monitorado.”
Para manter a equipe engajada e garantir o sucesso da operação, o franqueado usa da transparência com os colaboradores. “Trato todos com absoluto respeito e mostro que a responsabilidade é de todos, porque se eles não se envolverem, não vamos vender bem, e com vendas ruins, eu fico sem negócio e eles sem emprego. Tem que haver comprometimento das duas partes.”
Estratégia para superar as adversidades
O quiosque no aeroporto ia a pleno vapor, mas a ampliação do terminal concluída em 2016 mudou tudo. Com mais espaço para circulação dos passageiros, as pessoas se dispersaram e o fluxo de consumidores no ponto de Luciano diminuiu bastante.
O que muitos fariam? Apenas reclamariam dessa adversidade imposta por um fator externo, mas o lado empreendedor de Luciano fez ele agir diferente. “Fui observar onde estava o fluxo de pessoas após a obra”, conta. Com a análise, tomou a decisão de investir em mais dois quiosques da Nutty Bavarian e instalar os novos pontos em locais dentro do aeroporto com boa circulação de pessoas. “Claro que com essa mudança a minha lucratividade não é a mesma dos anos anteriores, pois tenho mais funcionários em razão das três operações, mas consegui superar esse obstáculo”, diz.
Além de Luciano, que administra os três quiosques do aeroporto, o resto da família também aderiu ao negócio de franquias. Denize Fiorotto, 64, mulher de Luciano, tem dois quiosques da Nutty Bavarian: um no Shopping Estação, inaugurado no ano 2000, e em 2008 ela transferiu a unidade do Shopping Curitiba para o Shopping Palladium - todos na capital paranaense. Há cerca de um ano foi o filho do casal, Rodrigo, 32, que decidiu empreender, abrindo seu primeiro quiosque da Nutty Bavarian no Shopping Curitiba – onde começou a relação da família Fiorotto com a franquia em 1998.
“Empreender com a Nutty Bavarian mudou a minha vida”, resume Luciano. “Quando abri o primeiro quiosque eu estava sem atividade profissional e me dediquei muito ao negócio, para conhecer bem a operação. Trabalhei muito, fui feliz nas minhas decisões e aproveitei as oportunidades que surgiram. Hoje temos seis operações, todas pagas, além da alegria e a tranquilidade de ter novamente a casa própria.”
Raio-x da franquia
Quiosque Nutty Bavarian
Investimento inicial: R$ 99 mil (quiosque montado, incluindo capital de giro)
Faturamento médio mensal: R$ 32 mil
Prazo de retorno: de 12 a 18 meses
Taxa de lucratividade: de 12% a 15%
Sobre a franquia Nutty Bavarian
Rede de franquias especializada em castanhas com mais de 130 quiosques espalhados pelo país. Fundada no Brasil em 1996, a marca chegou ao país com a empresária Adriana Auriemo, que conheceu o produto nos Estados Unidos enquanto assistia a um jogo de basquete com a sua família. A Nutty Bavarian vende cerca de 40 toneladas de castanhas por mês.