Manejar a carreira profissional em uma franquia com a maternidade é sempre um desafio. A chegada de um bebê à vida de uma mulher muda completamente a rotina em todos os aspectos, incluindo a carreira. E quando esse momento acontece exatamente quando ela está no auge da carreira ou mesmo implantando um novo negócio? Como organizar a rotina com tanta novidade? Conheça as histórias de duas empreendedoras, que enfrentaram o mesmo dilema e tomaram decisões diferentes, para poderem se tornar mães.
Quando Luciana Sarres decidiu juntamente com mais 4 amigos abrir a rede de franquias N1 Chicken, ela não imaginava que a família iria aumentar no mesmo momento, pois descobriu que daria luz ao seu terceiro. Ela já era mãe de dois meninos, de 10 e 19 anos de idade e conta que a rotina da maternidade em todas as gestações já não era novidade, mas que passada a euforia da descoberta da gravidez, se preocupou com o processo de criação e expansão da empresa – fato diferente das outras gestações, em que ainda não tinha o próprio negócio.
A N1 Chicken foi fundada em 2017 e o Lorenzo, terceiro filho de Luciana, nasceu em 2018. Completamente envolvida no processo de desenvolvimento da marca e criação da franqueadora, a diretora financeira e sócia decidiu que desta vez, diferentemente das outras, não utilizaria o seu direito de licença maternidade. “Eu não queria deixar de participar do processo de expansão da N1, pois idealizamos todos juntos esta etapa. Sabia que seria importante para nós que eu estivesse envolvida e não me sentiria satisfeita se não fizesse parte deste momento. A decisão veio do meu instinto de empreendedora, empresária, mãe e mulher. Resolvi imediatamente, após descobrir que estava grávida, que não iria me ausentar. Como tenho outros dois filhos, sabia que não seria fácil, mas que eu conseguiria conciliar os cuidados com o bebê e continuar exercendo o cargo”, explica.
Luciana, aconselha as mães a serem seguras de seus atos, “quanto mais determinadas estamos, mais isso reflete nos nossos filhos. Se eles nos veem felizes, eles também se sentem assim. Conversem com eles e demonstrem que o trabalho também está sendo importante para você, que você optou por isso, que isso lhe traz uma satisfação pessoal e profissional. Confesso que tiveram momentos cansativos, de desgaste natural, devido à situação, mas com o apoio de pessoas próximas, com determinação, amor pelos meus filhos e a paixão pelo trabalho, eu consegui conciliar”, completa a empresária.
Já a história de Lucilaine Lima, fundadora do Instituto Gourmet foi um pouco diferente. A ideia de criar a rede surgiu em 2010, em Serra, no Espirito Santo, quando ela, formada em biologia, resolveu trocar as aulas que dava para estudantes do ensino médio e investir em vendas de doces caseiros para poder ficar mais perto do até então, único filho. Ela conta que queria ter mais tempo com o filho e para suprir uma necessidade pessoal começou a produzir bem casados para vender.
Os doces fizeram sucesso e os clientes questionavam seus segredos culinários e ela então resolveu repassar as informações que tinha transformando suas receitas em um negócio de sucesso. A partir daí, a ideia cresceu e logo se tornou um curso de culinária que evoluiu para uma rede de escolas de gastronomia que hoje conta com mais de 50 unidades em todo país.
Durante o processo de expansão da rede, Lucilaine engravidou do seu segundo filho, Luca, que hoje já está com 2 anos. “O Dylan pedia muito um irmão, então eu e meu marido planejamos a segunda gravidez e tudo o ocorreu como esperado”, comenta. Para ela, a licença maternidade foi essencial. “Eu acredito que o que motiva uma mãe, é o tempo que ela deseja ter tanto para ela mesma quanto para o filho. A licença para mim é importante, pois nos ajuda a organizar o psicológico”, afirma.
“Acredito que a maternidade não pode ser pesada, nada pode ser feito com cargas e dúvidas. Eu criei uma rotina onde já me acostumei a atuar como empresária, estar no operacional e ser mãe. Toda quinta-feira é meu dia com as crianças. Quando a gente coloca no dia-a-dia não se torna pesado”, conclui Lucilaine.
Essa duas mulheres mostram que a decisão de como gerir a maternidade tem que ser da mãe, sem julgamentos externos. Mesmo com decisões diferentes, as duas empresárias possuem algo em comum: para elas é necessário se conhecer e criar uma rotina que seja possível conciliar família e trabalho.