Preocupação com o meio ambiente é uma ação cada vez mais presente em redes de franquias e pequenas empresas. De acordo com pesquisa recente feita pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade, o mercado de PMes está aderindo à sustentabilidade. Práticas que reduzem o consumo de energia e água, de separação e destinação correta dos resíduos sólidos, contratação de mão de obra e fornecedores locais, apoio às comunidades no entorno da empresa e comprometimento com a sustentabilidade são algumas das ações sustentáveis que os pequenos negócios estão adotando, em silêncio, em todo o país.
Segundo a pesquisa, os motivos que os levam a adotarem práticas sustentáveis - tais como eficiência energética, uso eficiente de água, gestão de resíduos, apoio à comunidade local, entre outras - são: preservação ambiental (67%); redução de custos (20%); marketing e propaganda (3%); exclusivamente para cumprir a legislação (2%); e outros motivos (7%). O conceito de sustentabilidade está baseado no tripé que busca conciliar lucro e rentabilidade com respeito ambiental e alto valor sociocultural.
É o caso da rede de franquias Saladenha, do ramo de alimentação saudável, que recentemente adotou o sistema de delivery via bikes. Desta forma, elimina-se o uso de motos para as entregas, reduz-se os gastos com combustível e colabora com o meio ambiente ao deixar de contribuir com a poluição gerada pelos veículos. Por ser uma marca que preza pela qualidade de vida, tal solução vem muito a calhar, e já é um grande sucesso na unidade da Avenida Paulista, em São Paulo, primeira da rede a colocar em prática a medida que se estenderá para as demais lojas da rede. Outra forma de colaborar com a natureza é na redução de energia elétrica.
A Saladenha encomendou especialmente para suas lojas uma “pista fria”, local onde os alimentos são condicionados, e o equipamento gera uma economia de 30% no consumo de energia elétrica. Isto é, bom para a natureza e bom para o bolso do empreendedor.
Já a franqueadora Megamatte faz o gerenciamento de resíduos e só fecham parceria com fornecedores que também seguem os princípios da sustentabilidade. Em 2017, a rede assinou o Pacto Global da ONU e o termo de compromisso com a ONG Mercy For Animals, para adoção da política cage free em sua cadeia de insumos.
Além disso, a empresa do ramo de alimentação acaba de lançar um modelo de negócios completamente sustentável: o container sem área de apoio. A estrutura utiliza container reaproveitável, além de materiais que possuem o selo FSC de sustentabilidade, como é o caso da fórmica. Com o projeto, o gesso que seria utilizado nas paredes foi substituído por drywall. Com isso, o modelo reduz em 90% os resíduos de uma construção convencional, já que no projeto, não foi utilizado cimento, areia, cal e tijolos. O novo espaço também é uma forma de reduzir os custos do franqueado que, agora, utiliza apenas um espaço para o preparo e a venda dos produtos, já que os equipamentos foram totalmente adaptados para um único ambiente, englobando a venda e o preparo dos produtos, reduzindo assim o custo com a locação.
"Todas essas ideias inovadoras só foram possíveis porque temos equipes de arquitetura e de instalações, integradas e empenhadas com total sinergia, na execução e no sucesso deste novo projeto", declara o CEO da rede Megamatte Julio Monteiro. Com a novidade a marca passa a ter três modelos de negócios: loja, quiosque e container. O investimento inicial é a partir de R$ 199 mil, com lucro médio aproximado de 12 a 15% sobre o faturamento (modelo quiosque).
E na Khea Thai, primeira rede brasileira de franquia no ramo da culinária tailandesa no mercado desde abril de 2015, toda a operação é pautada por ações de responsabilidade socioambiental. O restaurante possui um sistema de reutilização de água dos aparelhos de ar-condicionado e descarte seletivo dos resíduos.
Além disso, a rede de franquia possui horta própria para o cultivo de temperos e especiarias, livre de agrotóxicos.Os itens da horta compõem o cardápio da marca, que tem o curry como tempero principal de carnes, peixes e frango, bem como massas sem glúten. Há também pratos e petiscos vegetarianos.
Vale lembrar ainda que a rede já extinguiu o uso de canudinhos de plástico de suas lojas, tendo sido estes substituídos por canudinhos de bambu ou papel. As unidades franqueadas são ambientadas para proporcionar aos clientes uma viagem à Tailândia. Desde então, vem se espalhando pelo Brasil no formato de franquias, com investimentos iniciais de R$125.000,00 para o início de suas atividades dos novos franqueados.
Por fim, a Mr. Fit, franquia de fast food saudável, também declarou o fim dos canudos de plástico em toda a rede, eliminando o uso de 240 mil canudinhos plásticos mensalmente. Além do fim dos canudos de plástico, a rede Mr. Fit assumiu inclusive recentemente o compromisso com a política cage-free, em parceria com a Mercy For Animals, organização que se dedica a combater a crueldade contra animais explorados para abate, para utilização ovos livres de gaiolas em todos os seus preparos até 2025. "Estamos passando por períodos de relevantes mudanças na alimentação e no meio ambiente, não só no Brasil, mas em todo o mundo, e a Mr. Fit quer fazer parte dessas mudanças", afirma Camila Miglhorini, CEO da Mr. Fit. Para investir, a Mr. Fit tem sete modelos de negócios, com investimento inicial a partir de R$12 mil.