Mesmo depois de alguns anos em que a onda de abertura de temakerias chegou ao País, com unidades responsáveis pela comercialização de comida asiática em formato de cone, é possível dizer que o gosto do brasileiro por comidas orientais continua forte, e isso abre também o apetite de grandes redes especializadas em culinária que atuam no franchising. A concorrência é forte, mas ainda assim especialistas ressaltam: é possível dizer, sem medo, que as redes de fast-food especializadas em comida oriental, que ainda provam um crescimento agressivo, encontram espaço para outras experiências do ponto de vista de novos negócios. Pelo menos, esta parece ser a intenção da segunda maior rede especializada no setor, a bandeira Jin Jin Wo, pertencente ao Grupo Ornato, detentor das marcas Morana e Balonè. Ao perceber novo filão a ser explorado, a empresa acaba de ampliar suas operações, com a criação da nova marca Jin Jin Sushi.
O primeiro restaurante piloto desta bandeira foi inaugurado neste mês, no Shopping Santa Úrsula, na cidade de Ribeirão Preto (SP). De acordo com Eduardo Morita, diretor de Negócios da rede, a intenção é terminar o ano de 2012 com mais oito lojas em operação.
Com um conceito diferente do da maioria dos outros grupos de fast-food japoneses vistos em centros de compras (malls), o Jin Jin Sushi chega com uma opção de rodízio - além dos tradicionais serviços self-service e à la carte. A perspectiva é que logo a empresa abocanhe boa parte de clientes de outras empresas do segmento. Uma delas seria, talvez, uma das grandes redes voltadas à comida japonesa, como a Flying Sushi, considerada pioneira nesse formato de negócio mais profissionalizado. No caso da nova empreitada da Jin Jin, a meta é ousada, e a rede prevê que o novo negócio renda cerca de R$ 150 mil aos franqueados interessados.
Expansão
No mercado brasileiro desde 1992, a Jin Jin Wo projeta crescer 30% neste ano com a abertura de 20 novas lojas pelo País, só no segmento de comida asiática. Atualmente a rede de franquias conta com 70 lojas em operação, distribuídas em dez estados - Tocantins, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo - e perde apenas para a China in Box, que conta com 153 lojas em operação no Brasil.
Já no Grupo Ornatus, sócio e/ou proprietário de 15 lojas Jin Jin, em que o restante são franquias, o negócio rendeu, em 2011, o montante de R$ 63 milhões. Para Jae Ho Lee, diretor geral do Grupo, o crescimento do mercado de comida oriental deve-se à procura de uma vida mais saudável. "Os consumidores apresentaram uma mudança de comportamento ao longo dos anos. Eles têm buscado culinárias mais saudáveis, como a chinesa, japonesa e tailandesa", declarou ele, em entrevista ao DCI.
Com tíquete médio de R$ 20, a rede Jin Jin Wo aproveita a receptividade dos consumidores frequentadores de shopping centers espalhados pelo Brasil para ampliar a sua oferta e fugir um pouco do tradicional yakissoba e agregou em seu cardápio, diversos pratos da culinária tailandesa, que foram adequados ao gosto do consumidor brasileiro.
Maturação
Essa adequação ao paladar brasileiro foi o que fez da rede Lig Lig um player de peso há 20 anos no mercado nacional. Segundo Carlos Moura, gerente de Expansão da marca, inserir este tipo de negócio no Brasil demandou um período longo. "O consumidor brasileiro tinha um certo preconceito com a culinária oriental. Foram necessários dez anos para estabelecer os negócios aqui no Brasil.
Atualmente com 40 unidades espalhadas pelo País, a Lig Lig pretende crescer em média 25% em número de franquias, o que significa dez novas operações até o final deste ano - salto significativo perante os 8% de crescimento apresentado no ano passado pela rede. "Estamos otimistas, já inauguramos a primeira nova loja neste mês de janeiro em Minas Gerais", afirmou Carlos Moura.
Com tíquete médio que varia de R$ 28 a R$ 30 e enfoque maior voltado ao sistema delivery (entrega em domicílio), Carlos Moura, que não abre o valor do faturamento total da rede, afirmou apenas que um Lig Lig costuma alcançar receita maior do que R$ 80 mil por mês. "Não termos interesse em faturamento menor que esse", completa. Os valores informados à reportagem podem significar que, ao ano, a rede Lig Lig pode faturar em média R$ 38 milhões. Com a abertura de novas lojas, a bandeira pretende ter um incremento de 12% a 15% do faturamento deste ano.
Mercado
Com a intenção de ter 30 lojas apenas em São Paulo, a longo prazo, a rede de franchising China in House também demonstra acreditar que há espaço para a abertura de novas lojas, inclusive em mercados diferentes do eixo Rio-São Paulo. Até o momento, a meta da companhia é a de ter ao menos, três novas lojas em operação no País este ano. A afirmação é de Jorge Torres, diretor de Franquias da China in House."Teremos um crescimento moderado este ano, o que não significa que cresceremos menos do que o mercado", ressalta o executivo.
De acordo com ele, para esse primeiro trimestre já foram firmados acordos como o da abertura de mais uma unidade, agora em Brasília. "Será a primeira loja da rede no Distrito Federal, mas temos pontos de interesse em outras regiões também", declarou ele. Ainda segundo a previsão da rede, será possível sentir um incremento significativo com essas três novas lojas ao longo de 2012.
Em 2011, a rede estava com 18 lojas em operação e faturou em torno de R$ 1 milhão com as suas operações. Agora, com os novos negócios, o montante pode chegar a R$ 1,2 milhão até o final deste ano - projeta a empresa. Com tíquete médio de R$ 35, as lojas costumam faturar em média R$ 60 mil ao mês. Além disso, para iniciar um negócio é necessário investir até R$ 300 mil.
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