A Ásia e a América Latina estão cada vez mais na rota de franquias que desejam internacionalizar a marca.
Na América Latina, existem 328 unidades brasileiras - 47% das 694 que têm presença no exterior. A Ásia, que conta com 10% do total, também tem atraído redes, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).
A ida para os países vizinhos deve-se principalmente à adaptação de produtos - menor, devido à afinidade cultural - e à facilidade logística, segundo especialistas.
A Hope, de moda íntima, é exemplo de rede que aposta na América Latina: inaugura neste mês sua primeira franquia na Argentina. A marca conta com outras cinco unidades no exterior - duas em Israel e três em Portugal.
As escolhas dos destinos foram pautadas pelo interesse de investidores locais, segundo o diretor comercial da marca, Carlos Eduardo Padula. "O maior desafio é aprender como o consumidor local vai olhar para a sua marca."
O presidente da Água Doce Cachaçaria, Delfino Golfeto, concorda que o gosto do público do país de destino mereça atenção especial. Nos planos dele está a Colômbia. "Os sabores deles são muito próximos do nosso", explica.
Para fora
Segundo o presidente da ABF, Ricardo Bomeny, a internacionalização intensificou-se nos últimos seis anos. "O franqueador no Brasil tem mais informação", justifica.
A Ásia, afirma, está entre as praças que têm despertado interesse tanto por público quanto por crescimento dos países da região.
A MegaMatte, de alimentação, é uma das redes que cogitam migrar para outro continente. Para isso, a marca tem investido em missões e visita feiras, segundo a diretora-executiva, Fátima Rocha. "Estamos mapeando as oportunidades", afirma.
Os estudos mostraram que Macau, na China, é um dos destinos com potencial. "O chinês tem facilidade em aceitar qualquer produto, desde que não seja caro."
Problemas
Para a aterrissagem no exterior dar certo, é preciso estudar o mercado e os custos, indica Bomeny. O relacionamento com o franqueado também deve entrar na lista.
O Spoleto, de alimentação, por exemplo, fechou duas unidades no México -em 2010 e 2011- por problemas com franqueados. "Encerramos a loja para a marca não ser queimada", diz Edwin Junior, gerente de Expansão internacional do Grupo Umbria, que detém a marca.