Redes como Yogoberry, Yoggi, Yogolove e Yogofresh conquistam os shoppings e projetam pico de vendas neste verão
Mariana Celle
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Tendência de consumo em ascensão no país, o chamado frozen yogurt, produto à base de leite fermentado que se tornou febre nos últimos meses, deve ter neste verão seu grande momento.
As empresas especializadas no produto acreditam que esta será a estação para popularizar o negócio. “Cerca de 50% do nosso faturamento é gerado entre os meses de novembro e fevereiro”, diz Marcelo Bae, diretor administrativo da rede Yogoberry, pioneira no mercado de frozen yogurt no Brasil.
Lançada em2007 a Yogoberry tem faturamento médio mensal de R$ 90 mil por loja e espera crescer 50% em2011. A primeira franquia da marca foi criada em meados de 2009. “Não pensávamos em ter franquia, mas com o surgimento de novas marcas, foi nossa alternativa para crescer de forma acelerada”, diz Bae.
A empresa passou de 32 para 80 lojas em menos de 18 meses, sendo apenas uma delas própria. Hoje, cerca de 80% das unidades ficam em shoppings centers. “É vantajoso porque o clima não afeta o consumo.”
A rede Yoggi, principal rival da Yogoberry, tem 36 unidades em operação e espera fechar 2010 com cem lojas. A empresa, com faturamento aproximado de R$ 24 milhões em2009, triplicou neste ano também sustentada por franquias. “Nosso plano é ter 300 unidades até 2012”, diz Alexandre Tenenbaum, sócio fundador da Yoggi. O crescimento por franquias é a estratégia mais adequada para companhias jovens, segundo Ricardo Camargo, diretor da Associação Brasileira de Franchising (ABF). “Quanto mais rápido uma empresa cresce, mais ela se torna conhecida e aumenta suas chances de permanecer no mercado.” O maior número de franquias também melhora o potencial de negociação com o fornecedor e infla a verba para o marketing, uma vez que cada franqueado paga uma taxa média de 2% ao mês para publicidade.
Com três lojas próprias, a Yoggi espera incremento de 70% no consumo de seus produtos no verão, em relação ao inverno, principalmente nas lojas de rua. A fábrica de mil metros quadrados em funcionamento no Rio de Janeiro produz 20 toneladas por mês, cerca de 45%da sua capacidade de produção. Outra fábrica, em construção no interior do estado do Rio de Janeiro, apoiará a expectativa de crescimento da empresa, uma das poucas do mercado, além da rede internacional de frozen yogurt Tutti Frutti, a oferecer venda selfservice.“Estamos com uma loja-teste no Rio com venda self-service e queremos manter opções variadas do serviço”, afirma Tenenbaum.
Estilo de venda
A sócia da Yogofresh, Larissa Dadalto, discorda do método e acredita que a venda via auto atendimento vai recuar com o tempo. “Os consumidores se sentem enganados porque geralmente o produto sai mais caro ou a combinação não fica adequada pela variedade de opções”, diz a empresária que recebe de seis a dez pedidos por dia de interessados em abrir uma franquia e espera incremento de 40% no consumo nas estações mais quentes.
A rede brasileira Yogolove também não acredita no sistema. “O mercado externo teve dificuldade com o self-service, assim como asmarcas de sorvete que tentaram o mesmo método de venda”, afirma Paulo Calacino, diretor da Yogolove. Tendência em 2010, resta saber se o frozen yogurt sobreviverá a outros verões. “Permanecerão aquelas redes que construírem uma marca forte”, diz Camargo, diretor da ABF.