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Casa do Pão de Queijo compra rede especializada em bolo de chocolate

A nova controladora no Brasil pretende manter suas duas grifes independentes

Casa do Pão de Queijo compra rede especializada em bolo de chocolate
Sua Franquia Publicado em 30 de Agosto de 2010 às, 10h38. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.

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Conservador é uma palavra que o empresário Alberto Carneiro Neto usa com frequência ao falar sobre a estratégia para Casa do Pão de Queijo, negócio que seu pai fundou em 1967 em Minas Gerais. Não que ele se furte a experimentar novidades: a rede foi uma das primeiras no Brasil a ter um fundo de private equity como sócio, em 1999. Mas é com cautela mineira que ele dá o primeiro passo para transformar a companhia em uma gestora de marcas no varejo de alimentação. Com caixa próprio, sua empresa acaba de comprar a operação brasileira da rede de confeitarias O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, com sete lojas no país.

"Descobrimos muita afinidade, a mesma visão de crescimento conservador, seguro", diz Carneiro, referindo-se ao estilo de gestão de Celina Dias que, em sociedade com o marido, trouxe a marca portuguesa O Melhor Bolo de Chocolate do Mundo para o Brasil em 2007. Após três anos de atividade, a rede fez sua primeira incursão fora de São Paulo em julho, com a abertura de uma franquia em Salvador e outra em Brasília. Este ano, seu faturamento deve atingir R$ 10 milhões.

Mesmo com a venda (cujo valor não foi revelado), Celina continua na operação como executiva: passou a ser diretora de marketing da CPQ Brasil, empresa dona da Casa do Pão de Queijo. O português Carlos Braz Lopes, que fundou a confeitaria e tinha 50% da rede brasileira, também vendeu sua fatia e passa a receber royalties pelo uso da marca. Além de Portugal, a Melhor Bolo de Chocolate do Mundo está em Nova York, nos Estados Unidos, e em Madri, na Espanha.

A nova controladora no Brasil pretende manter suas duas grifes - Pão de Queijo e O Melhor Bolo - independentes, cada uma com seu mix de produtos. O da segunda é mais premium, com um tíquete médio de R$ 15,00 (uma fatia do bolo de chocolate que dá nome à rede custa R$ 8,90), enquanto o gasto médio por pessoa nas lojas da tradicional cadeia de cafeterias é de R$ 8,00.
Para Carneiro, são ofertas complementares. "A Casa do Pão de Queijo é democrática, está presente em vários momentos do consumidor, no café da manhã, quando ele vai a um posto de gasolina, ao aeroporto", diz. "O Melhor Bolo tem outros atributos. É como uma indulgência, para um momento de relaxamento no meio do dia. São situações diferentes."

As duas marcas estarão juntas apenas em uma loja-conceito que a Casa do Pão de Queijo terá na capital paulista, dentro da qual haverá um ponto de venda de O Melhor Bolo, com balcões e caixas separados. O novo controlador pretende dar continuidade ao processo de expansão da confeitaria por meio de franquias em praças fora de São Paulo e com unidades próprias na capital paulista. Até o fim do ano, 10 pontos devem estar funcionando no país e o objetivo em 2011 é dobrar a operação. A Casa do Pão de Queijo, por sua vez, planeja encerrar 2010 com 30 novas unidades e faturamento 10% a 15% maior em relação aos R$ 250 milhões de 2009 (considerando franqueadora e franqueados).

Carneiro estuda aquisições de outras redes, sempre no ramo de "comidinhas", como ele chama o segmento. O projeto de uma gestora de marcas foi tirado da gaveta após o empresário voltar ao controle da CPQ. Desde 1999, um fundo de private equity da Pátria Investimentos detinha 70% do negócio. Em dezembro, o fundo vendeu sua fatia por R$ 70 milhões para o Standard Bank, da África do Sul, que se uniu à família fundadora numa holding. Na nova configuração, o banco ficou com 50% e os Carneiro com 50%.

A estratégia agora é comprar negócios ainda pequenos e promissores em áreas complementares à Casa do Pão de Queijo, de preferência trazendo o empreendedor para dentro da holding. Mas sem a intenção de crescer demais de uma hora para outra. "Não temos ambições de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). Não é esse o jogo. Somos pequenos, queremos dar lucro, claro, mas fazendo um trabalho equilibrado e sustentável", diz Carneiro.

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