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Rede Bon Grillê quer formato para classe C

Rede Bon Grillê quer formato para classe C
Sua Franquia Publicado em 21 de Junho de 2008 às, 10h38. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.

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Maria Luíza Filgueiras
Gazeta Mercantil

A tendência de criação de uma empresa multimarcas propagada por grupos de alimentação como Brazil Fastfood Corporation e Internacional Restaurantes do Brasil, que têm como principal modelo internacional a Yum! Brands, ainda não seduz a Platinan Franquias, controladora da rede Bon Grillê. Mas a companhia tem um projeto em desenvolvimento de um formato de loja acessível às classes de menor poder aquisitivo.

"A idéia não é ter outras marcas agora, mas ampliar a atuação da rede em outros nichos, como a baixa renda, viabilizando um formato de operação mais simples. O mercado está sempre mudando e estamos ligamos nas tendências, além de praças de alimentação"", diz George Alexandre, gerente de gestão e expansão da Bon Grillê.

Propriedade da tradicional família Bonfiglioli, que fundou a Companhia Industrial de Conservas Alimentícias (Cica) e era sócia do extinto Banco Auxiliar de São Paulo, a rede Bon Grillê tem hoje 52 lojas, a maioria nas mãos de franqueados. Apenas um restaurante está fora de shopping center, mas todos em operação focam o público das classes A e B. A empresa quer agregar a clientela de classe C também em shoppings, mas desta vez nos populares, como Shopping Metrô Tatuapé e Shopping Interlagos, em São Paulo.

A idéia só deve sair do papel em 2008, ainda sem definição do nome que vem a mercado. Para colocá-la em prática, entretanto, a empresa precisa elaborar um modelo econômico de restaurante, já que o tíquete médio, conforme Alexandre, é hoje de R$ 20.

"O tíquete médio na categoria de grelhados para atingir a classe C deve ser da ordem de R$ 13 para tirar esse consumidor do acesso restrito a sanduíches e salgados, refeições com tíquete médio de R$ 8,50"", afirma Enzo Donna, diretor da ECD Consultoria, especializada em alimentação. Isso significaria uma redução média de 35% no valor dos pratos da Bon Grillê, mas o consultor destaca que não significa perda de qualidade.

"Esse tipo de mudança passa principalmente pela reformulação gastronômica. Trata-se de mudar o perfil de ingredientes com novas receitas, como trocar o filé mignon por contra filé, agregar mais salada, arroz e feijão, que não são produtos de menor valor nutritivo e em qualidade"", avalia Donna.

Outros dois aspectos são fundamentais na redução de custos: renegociação com fornecedores e gestão de perdas. ""São três focos fundamentais para um formato que tem a baixa renda como público-alvo"", diz. O consultor destaca que o caminho já foi traçado com sucesso pela rede também brasileira Giraffas.

"O controle interno do negócio permite reduzir perdas com cortes de carne, manipulação e armazenagem de alimentos. No caso do Giraffas, a loja funciona como uma unidade de montagem, já que as carnes são entregues em cortes"", destaca. ""É uma solução inteligente que vem crescendo no mercado de refeições em geral, mas as fornecedoras ainda estão cobrando um preço relativamente alto por isso.""

Segundo pesquisa da ECD, o índice de perda em restaurantes (à la carte) variam entre 20% e 30%, impacto direto nos lucros. ""O que movimenta o fast-food brasileiro são as classe A (5%), B (22%) e C (34%), que após o Plano Real e com aumento gradual de renda começaram a tomar hábito de alimentação fora de casa, primeiro com pizzas e hambúrgueres e agora estão aspirando refeições mais saudáveis e semelhantes às caseiras"", afirma Donna. ""É um caminho acertado para o Bon Grillê, traçado por Habibs e Giraffas.""

Enquanto desenvolve o formato econômico, a rede Bon Grillê quer expandir no eixo Rio-São Paulo com lojas de rua. A primeira unidade fora de shopping center foi inaugurada em agosto deste ano, dentro do Projac (TV Globo), no Rio de Janeiro. ""Temos duas unidades sazonais em Campos do Jordão e no Guarujá e chegamos a ter um ponto de rua no bairro Moema, junto ao edifício sede da empresa. Mas, quando o grupo vendeu o empreendimento, deu fim à unidade piloto"", conta Alexandre.

O executivo destaca que o alto custo dos aluguéis de shopping torna o risco do investimento maior para o franqueado, o que dá espaço ao crescimento de rua. ""A diferença de locação chega a 25%, fora o gasto da ordem de R$ 200 mil com luvas para pontos em shopping"", destaca. A meta é ter pelo menos quatro unidades de rua no próximo ano, entre capital paulista e carioca, além de seis novos pontos em shopping.

No primeiro semestre, a rede viu o faturamento crescer 8,5%, contra um crescimento de 5% em 2006. ""Com novas lojas, esperamos crescer 12% este ano"", diz Alexandre. Conforme dados do guia oficial da Associação Brasileira de Franchising (ABF), cada unidade da rede tem um faturamento médio mensal de R$ 70 mil, o que resulta numa receita anual próxima a R$ 45 milhões.

Fonte: Redação Terra.

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