Preferência gastronômica assumida do paulistano, a pizza tem ganhado, nos últimos anos, versões e sabores inusitados para conquistar a clientela na capital paulista. Afinal, a concorrência é grande - são 5 mil pontos na Grande São Paulo, segunda maior consumidora de pizza do mundo, atrás apenas de Nova York. Nesse cardápio, ganha espaço a recém-criada pizza em cone, em que a massa tem formato de casquinha de sorvete e o recheio generoso preenche todo o interior do cone.
Uma das redes que aposta no formato é a Cônicos, criada por seis amigos de diferentes profissões, que começou a operar em 2007 com duas lojas próprias em São Paulo. ""Achávamos que o setor de alimentação era um bom negócio, já que nos grandes centros aumenta muito o hábito de comer fora de casa. Mas não adiantava fazer o básico, pensamos em algo esquisito, diferente, com sabores inéditos"", conta Davi Moreno, diretor comercial e sócio da empresa.
Modelo europeu ""Optamos pela pizza por ter muita força em São Paulo e já tínhamos visto modelos em cones em algumas regiões da Europa"", diz. O modelo foi adotado pela primeira vez no País pela Cone Pizza, criada em 2005 no Ceará pela Franqueadora, detentora do maior grupo de fast-food daquele mercado e que hoje conta com quatro lojas da marca entre Fortaleza, Recife e São Paulo.
No caso da Cônicos, os empreendedores vieram de áreas distintas, de tecnologia da informação a mercado financeiro e negócios agropecuários. Moreno, por exemplo, comanda a metalúrgica Metasan, focada em autopeças. Outro sócio, Luiz Antonio Bonagura, tem no currículo a direção financeira da Fosfertil e hoje é diretor do departamento de economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). ""Alguns entraram com capital e outros sócios também na gestão"", diz Moreno.
As atuais unidades da franquia estão nos shoppings Aricanduva e Interlagos. Da mesma forma da Cone Pizza, a Cônicos também implantou sua própria unidade industrial, que demandou parte do investimento total de US$ 1,5 milhão, equivalente a cerca de R$ 3 milhões. Operando no bairro paulistano do Tatuapé, a fábrica tem capacidade para produção de 650 mil cones mensais, o suficiente para abastecer 100 lojas.
As versões incluem sabores tradicionais como calabresa e mussarela, e inovações como a pizza em cone de estrogonofe, abobrinha ou maçã flambada. Expansão ""A média de consumo em cada unidade hoje é de 6,5 mil cones mensais. Nosso planejamento é ter mais 12 lojas operando em 2008, através de franquias, e em cinco anos chegar a 80 unidades"", diz o executivo.
Cerca de sete novos contratos devem ser finalizados até o final de dezembro deste ano. Num primeiro momento a empresa quer captar franqueados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná.
Para aderir à franquia, o investimento médio é de R$ 129 mil, com cobrança mensal de 5% e 2% sobre o faturamento bruto, de royalties e publicidade, respectivamente. A empresa não descarta ainda aproveitar a capacidade industrial para venda em outros canais, como supermercados. (Maria Luíza Filgueiras - Gazeta Mercantil).