Rede de chocolates finos pretende abrir mais 30 franquias este ano
Pierre Baldez
Fundada há quase oito décadas e com 150 lojas franqueadas e outras 54 próprias, a Kopenhagen tem como meta para este ano abrir mais 30 franquias. Na região Sudeste, cidades do interior de São Paulo estão nos planos da marca, que também pretende focar nas regiões Sul e Nordeste, que ainda não têm unidades. Criada pelo casal de imigrantes da Letônia, Anna e David Kopenhagen, a marca é especializada em chocolates e confeitos finos e produz mais de 300 itens diferentes, como Nhá Benta, bombons Cherry Brandy, Língua de Gato, Chumbinho e os famosos marzipans. Uma loja franqueada requer investimento de R$ 290 mil e um quiosque, de R$ 150 mil. Nestes montantes não estão incluídos o valor do ponto comercial.
Segundo a gerente de expansão da rede, Andrea Garcia, o franqueado recebe da Kopenhagen todo o projeto arquitetônico do estabelecimento. A partir daí, o empreendedor tem a liberdade para buscar a empresa responsável pelas obras. Com isso, de acordo com a executiva, é possível, às vezes, investir menos do que o aporte calculado pela marca para abertura de uma unidade. ""Mas fazemos todo o acompanhamento da implantação da loja. Desde a análise do ponto comercial até a sua inauguração"", acrescenta.
Antes de inaugurar a unidade, o franqueado e sua equipe passam obrigatoriamente por treinamento de cinco dias no Núcleo de Educação Kopenhagen (NEK), em São Paulo, que consiste em visita à fábrica e na apresentação dos produtos da marca, além de informações sobre como gerenciar uma loja. Depois, na pré-inauguração, uma equipe de consultoria e apoio operacional presta assessoria ao franqueado, que também terá suporte de marketing para o lançamento da loja.
"Logo após o lançamento de uma unidade, no período de até seis dias, uma supervisora acompanha todo o andamento da loja. O treinamento técnico e operacional dá mais segurança ao franqueado para atuar no dia-a-dia do negócio. O suporte técnico continua pelo telefone por mais 15 dias, até que o empresário se sinta à vontade para liderar a loja com equipe"", explica Andrea.
Retorno do investimento. Com duas lojas e dois quiosques no Rio de Janeiro, Alexandre Gonçalves Affonso aponta a força que a marca conquistou ao longo da sua trajetória como o principal diferencial. O empresário diz que, há oito anos, quando adquiriu a primeira unidade, um conjunto de fatores o levou investir no negócio. ""Encontrei um investidor que entrasse no negócio comigo. Com o tempo, paguei o investimento e passei a atuar sozinho. Nos últimos dois anos, a empresa deu um salto de qualidade muito grande. Estou feliz com a marca e já recuperei o investimento de duas unidades. Como abri as outras duas recentemente, ainda não tive o retorno do capital inicial, que está dentro da estimativa do franqueador"", avalia.
Franqueada de três unidades em São Paulo, Daniela Farina Voegels diz que entrou na rede depois que a irmã já estava como franqueada durante dois anos. A empresária explica que, na época, a irmã contratou uma consultoria de franquia que pudesse indicar um negócio com credibilidade no mercado. De acordo com a franqueada, o estudo da empresa conseguiu convencê-la de que a Kopenhagen era uma boa opção de negócio. ""Quando comprei a minha primeira franquia já tinha segurança maior do investimento. Desde o início, temos assessoria para vários quesitos. Quando, eventualmente, queremos mudar algo na loja, por exemplo, conversamos com o franqueador"", analisa.
Ponto comercial. Apesar de estar satisfeita com a marca, Daniela diz que a rede precisa dar maior atenção à questão da territorialidade. A empresária explica que, em 2006, comprou um quiosque no Shopping D&D, mas que só foi perceber depois que existe outra unidade da rede a menos de um quilômetro de distância, na Rua Flórida.
"É a única crítica que tenho a fazer sobre a rede. Na minha avaliação, isso só ocorre em relação à distância de uma loja de rua com a de shopping. Com uma outra unidade, fico na situação oposta. Ou seja, tenho uma loja na rua e um concorrente da rede bem próximo. Neste caso, me sinto favorecida porque o meu ponto é melhor"", avalia.
Proprietária de três franquias, uma no Shopping Paulista e outra no Shopping Ibirapuera, Valéria Soria já conseguiu o retorno do investimento inicial de todas as unidades dentro do prazo planejado. Apesar disso, a empresária diz que na capital paulista o número de lojas já chegou ao limite.
"Nunca tive nenhum problema em relação à diferença de distância das lojas, mas acredito que já não é possível expandir mais na capital. Outra questão que a rede poderia dar mais atenção é a reunião com os franqueados, que acontece apenas uma vez por ano. É muito pouco, pois é preciso dialogar mais para entender as estratégias da rede"", avalia.
No caso de loja de rua, a gerente de expansão da rede, Andrea Garcia, esclarece que o franqueado tem a preferência de adquirir uma nova unidade no raio de 1,5 quilômetro. Quanto ao shopping, o empreendedor tem a preferência para abrir uma nova franquia dentro do centro comercial.
"Todos os estudos que já fizemos apontaram que o cliente da loja de rua já vai decidido a esta unidade. Já consumidor de shopping, não tem a loja Kopenhagen como primeira opção. Por isso, para este cenário, não justifica uma regra específica de territorialidade"", argumenta.
Apesar desses pontos levantados pelos franqueados, o Coordenador do Programa de Estudos Avançados em Pequenos Negócios, Empreendedorismo e Microfinanças (Small) da Fundação Getulio Vargas (FGV/RJ), Francisco Barone avalia o risco do negócio tanto no formato de loja quanto de quiosques como baixo. ""Diante do histórico da rede, que já se consolidou no mercado, o negócio não apresenta grandes riscos, caso seja conduzido pelo franqueado com seriedade. Quanto às observações feitas pelos franqueados, não são difíceis de serem contornadas"", justifica.
Raio X Kopenhagen
Investimento inicial: R$ 290 mil (loja) e R$ 150 mil (quiosque)
Taxa de franquia: R$ 60 mil (loja) e R$ 45 mil (quiosque), incluída no investimento inicial
Taxa de royalties: 40% (embutida no preço da mercadoria)
Taxa de publicidade: 5% do valor da compra
Faturamento médio mensal: R$ 60 mil (loja) e R$ 45 mil (quiosque)
Margem de lucro sugerida: 10% a 15%
Tempo de retorno do investimento: 24 a 36 meses
Número de funcionários: 4 a 6 (loja) e de 3 a 5 (quiosque)
Capital de giro: R$ 80 mil (loja) e R$ 40 mil (quiosque), incluído no investimento inicial
Estoque: R$ 35 mil (incluído no investimento inicial, permite giro de 15 dias)
Área: 30 metros quadrados (loja) e de nove a 12 metros quadrados (quiosque)
Risco: baixo, devido à rede já ter se consolidado no mercado.
Fonte: Sebrae – Agência Sebrae de notícias