SÃO PAULO, 14 de novembro de 2006 - Com 1,9 mil pontos no mundo, a rede norte-americana de restaurantes Applebee's acelera sua expansão no Brasil. Com duas unidades em São Paulo e a terceira, há uma semana, no MorumbiShopping, o franqueado Oswaldo Martins de Oliveira Netto recebeu ontem o presidente internacional da rede, Rohan St. George, para fechar contrato para abrir 14 restaurantes no prazo de dez anos, dois já para 2007.
À frente da Applebee's há dois anos, George considera o mercado brasileiro o mais estratégico entre países emergentes, graças ao tamanho da população e ao desempenho da economia. ""Acredito que a operação aqui possa crescer tanto quanto no México, segundo maior mercado depois dos Estados Unidos."" Além de mais lojas em São Paulo, o foco imediato é em duas inaugurações no Rio até 2008, para depois chegar a Brasília e Porto Alegre.
Em solo norte-americano, são 100 novos restaurantes a cada ano. A rede não atua com subfranqueados, mas com parceiros por território. Empresário do mercado alimentar, Netto e o sócio Derek Wagner, licenciados para o Estado de São Paulo, surpreenderam à matriz da Applebee's ao abrir os três restaurantes previstos em contrato em apenas dois anos - e todos lotados. ""A oportunidade do negócio caiu no meu colo, quando eu operava unidades do McDonald's em Goiânia e fui indicado para a rede"", conta Netto. A McDonald's recomprou os quatro restaurantes e 12 quiosques do executivo, pontapé financeiro para a primeira unidade Applebee's no bairro paulistano Moema.
No ano seguinte, foi inaugurada a unidade do Shopping Eldorado, além de um restaurante em Recife, nas mãos de outros operadores. ""Nesses dois anos tivemos correções para potencializar a operação. Hoje abrimos uma loja de 420 m no Shopping Morumbi com o mesmo número de assentos de Moema, loja de 550 m, com novos acertos de cozinha."" Segundo Netto, uma unidade de shopping não se justifica com menos de 220 lugares. Para Norman Baines, gerente da rede para América do Sul, o ponto alto da operação brasileira é a centralização de logística.
Um único fornecedor trata de 70% do abastecimento da rede. ""A aliança dos empresários brasileiros com a MBB Food Service foi o pulo do gato para acelerar a expansão no País e facilitar a gestão da rede."" A MBB FoodService pertence ao Grupo Heyes Holdings, joint-venture entre a Martin-Brower e a Bunge Alimentos. A empresa de logística é responsável pela compra, armazenagem e distribuição de todos os produtos secos, resfriados, congelados e não alimentícios. ""A princípio, essa centralização é um gasto a mais, mas na operação em escala é muito mais eficiente e garante um poder de compra muito maior"", completa Baines. A cada unidade aberta, cai o valor de investimento e a meta é chegar em torno de US$ 800 mil, média americana, frente aos atuais US$ 1,2 milhão.
Segundo os executivos, há mercado para mais de dez restaurantes em São Paulo. ""É um negócio de escala. Quando chegarmos à sexta unidade, a rede já irá se auto-financiar"", diz Netto. O empresário já está de olho no mercado de Ribeirão Preto e Campinas. No Rio, o primeiro restaurante está previsto para fevereiro, no New York City Center, na Barra da Tijuca, comandados pelos empresários Mauro Pinhel, André Stauffer e Antônio Kalil. Com investimento de US$ 1,1 milhão, a unidade terá 250 lugares em uma área de 520 m². ""Enquanto o mercado mundial de fast food vem desacelerando, se amplia o espaço para o segmento de casual dining, que inclui desde café da manhã ao chamado after-dinner"", diz Pinhel. Na América Latina, Chile e Equador também começam a desenvolver suas redes. A aposta também é grande na China, onde começam a operar em 2007. (Maria Luíza Filgueiras - Gazeta Mercantil).