O acaí, aquela fruta típica da distante região amazônica, joga nas alturas o lucro das lanchonetes cariocas que se especializaram em oferecer sua polpa. Prova de que a fruta caiu no gosto dos cariocas são os recordes de consumo que as redes como Megamatte, Compão e Bibi Sucos batem no verão. O acréscimo das vendas parece acompanhar as temperaturas, chegando a 50%.
O consumo aumenta tanto que a rede Compão, com oito lojas, deu-se ao luxo de comprar uma fábrica de processamento de açaí em Belém para trazer o produto direto das terras do Norte para o Rio. Segundo o proprietário da rede, Mauricio Dias, é a única lanchonete do Rio que tem produção própria no Pará, pensando na qualidade do produto oferecido ao cliente. - Estamos no segundo ano de produção, em Igarapé-Mirim, onde existe o melhor açaí do Brasil - garante o proprietário. - Usamos a safra toda para os mercados do Rio e de Niterói e queremos alargar o consumo da polpa da fruta.
Para se ter uma idéia de como o açaí tomou conta do verão carioca, o consumo da fruta, nas lanchonetes da rede Compão, deve atingir 20 toneladas neste ano. Tal volume significa uma alta de 30% a 40% em relação ao verão passado. As lojas de maior consumo ficam no Shopping Tijuca e em em Icaraí, Niterói.A próxima a ser aberta ficará no Centro do Rio.
A rede Megamatte, com 12 lojas próprias e mais 12 franquias, também fatura alto com a venda de açaí no verão. Só a loja de São Conrado, que fica bem perto da favela da Rocinha, vende uma tonelada de açaí por mês. Somando-se todas as lojas próprias, o consumo deve bater nove toneladas neste verão, duas toneladas a mais que no ano passado. Há 10 anos no Rio, a Megamatte chega a pagar R$ 5 pelo quilo da fruta processada no verão, enquanto nas outras estações do ano a média de preço é de R$ 3,50.
Nas lojas, o açaí é vendido a partir de R$ 2,90. Outra que aposta na fruta nativa da Amazônia é a rede Bibi Sucos, com oito lojas espalhadas pelo Rio e Niterói. A rede foi a segunda a vender a fruta na cidade. E chega a ter picos de 50% a mais de consumo no verão. - A cada ano o consumo aumenta; é uma tendência que vemos no mercado há 10 anos - conta Sergio Rodrigues, um dos proprietários da rede. - Tenho um cliente, um ex-jogador de futebol americano, que sai direto do aeroporto, todo ano, para a loja do Leblon, atrás no açaí. A fruta já é exportada para os Estados Unidos, com sucesso garantido na Califórnia, Estado de maior consumo fora do Brasil, seguido de Europa, Japão e Austrália. (Jornal do Brasil)
Fonte: Gazeta Mercantil - www.gazetamercantil.com.br
