Empreender em qualquer país do mundo é uma atividade que envolve riscos e incertezas, mas empreender no Brasil é ter certeza de que absolutamente tudo é incerto. É um ambiente permeado por desafios decorrentes de processos burocráticos e fatores externos. Segundo dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), realizada pelo SEBRAE e pelo Instituto Brasileiro de Qualificação Profissional (IBPQ), o Brasil reúne cerca de 48 milhões de empreendedores, ocupando o quarto lugar no ranking mundial. Isso demonstra que, mesmo diante de tantos desafios, empreender está no DNA do brasileiro.
No contexto das startups, o cenário que já é conhecido de “alto risco”, agora enfrenta novas dificuldades. Após o ‘boom’ desse formato de negócio, muitas empresas surgiram e se desenvolveram a ponto de dominar seus mercados. Porém, o ecossistema atual enfrenta uma redução significativa de investimentos, impactando até mesmo os grandes unicórnios. Isso se deve a movimentos relacionados às taxas de juros, principalmente nos EUA, que sofreram alterações devido à movimentos ligados ao setor bancário e de crédito no país, o que impactou diretamente os negócios no Brasil.
Considerando esse cenário desafiador, é essencial que os empreendedores possuam características como visão de longo prazo, habilidades de comunicação e negociação, ainda mais resiliência, apetite ao risco, paciência e inteligência emocional. Essas habilidades são cruciais para enfrentar os altos e baixos comuns no desenvolvimento das startups e alcançar sucesso como empreendedor e líder.
Liderar uma empresa não é uma tarefa fácil. Além da responsabilidade de desenvolver e destacar a marca, é necessário estabelecer uma relação de trabalho positiva com os colaboradores, que devem acreditar na liderança do empreendedor e contribuir para o crescimento do negócio. Para isso, é fundamental que o empreendedor valorize o bem-estar da sua equipe, promovendo uma cultura aberta às ideias, ouvindo seus colaboradores, estabelecendo processos com feedbacks contínuos, oferecendo treinamento e desenvolvimento, e mantendo-se aberto à inovação.
É sempre bom lembrar que, em tempos em que o trabalho remoto tornou-se comum, lidar com a distância física entre os colaboradores e a estruturação da cultura empresarial são desafios da liderança. No entanto, se forem abordados adequadamente, esses desafios podem se transformar em vantagens, tanto para a contratação e retenção de talentos, quanto para o atendimento aos clientes. Existem ferramentas disponíveis que podem ajudar a reduzir esses problemas e torná-los diferenciais, facilitando a comunicação e a colaboração entre os membros da equipe.
No Brasil, o empreendedorismo certamente pode contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Apesar dos desafios burocráticos e dificuldades de acesso a crédito para financiamento, o país apresenta um grande potencial de crescimento e é considerado uma terra de oportunidades para empreendedores. Aliado às tendências de inovação, o Brasil destaca-se no mercado com empresas robustas e disruptivas. Agora, cabe aos empreendedores e gestores empresariais adotarem essa perspectiva e construírem negócios que gerem resultados positivos para o mercado e tenham impacto social.
*Juliano Dias é fundador e CEO da Meetz, startup que oferece uma solução de geração de oportunidades comerciais para negócios B2B.