O IBGE divulgou na última semana dados referentes ao desenvolvimento do varejo no país. De acordo com o instituto, as vendas em janeiro tiveram uma elevação de 3,8%, o maior crescimento do mês desde o início da série histórica, em 2000.
Os números mostram que o aumento apresentado em janeiro também é o maior para qualquer mês desde julho de 2021, quando houve alta de 3,9%. Dentre os setores que contribuíram para o impulsionamento do valor destacam-se tecidos, vestuários e calçados, supermercados e grupos alimentícios.
No indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,3%. Os dados surpreendem analistas do mercado, já que desde de setembro de 2022 o volume de vendas no varejo não registrava alta.
A pesquisa também apontou variação de 0,2% no volume de vendas do comércio varejista ampliado, em comparação com dezembro de 2022. Em relação a janeiro de 2022, houve variação de 0,5%. Esse índice inclui também os setores de veículos, motos, partes e peças; o de material de construção e o grupamento estreante de atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo.
Mesmo com o aumento e positividade, o comércio ainda registra patamares inferiores ao período pré-pandemia, não sendo um dado totalmente tranquilizador para o varejo no Brasil. São fatores político econômicos que assustam e reprimem o consumidor.
No cenário econômico fiscal, o Brasil se vê à mercê de uma aprovação de um dito arcabouço, que poderá solucionar os problemas de impostos, gerar renda aos cofres públicos e, consequentemente, colaborar com uma possível redução da taxa Selic. Vale relembrar que o último IPCA registrou queda na inflação, sendo um bom fósforo para o fogo da redução de juros.
Haja vista que a nova tributação para produtos importados também poderá contribuir para a manutenção de patamares pré-pandêmicos, diminuindo e muito as possíveis compras nos sites chineses que são tendência entre as gerações millenials e geração x,y,z,w e afins.
Outro ponto é a incerteza e ruídos políticos. Um cenário de “disque que me disse” entre executivo/ministérios, legislativo e Banco Central (apenas a Suprema Corte ainda não entrou na briga - até o momento). Os burburinhos atemorizam os potenciais consumidores, deixando incerto o que pode acontecer.
Agora, nos resta esperar se o Congresso Nacional irá aprovar o novo marco fiscal, prometido por Fernando Haddad, se os juros no país vão cair e se a harmonia entre o principal órgão financeiro do país e a alta cúpula do executivo acontecerá.
*Maurício Stainoff é presidente da FCDL-SP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo).