O Governo de Transição tem como principais metas e promessas de campanha, as 11 Medidas do Governo Lula, pontos que fazem parte do programa e são primordiais para o crescimento e modernização do País.
Entre os pontos elencados na campanha, todos de suma importância, temos um que mais nos interessa: o “Apoio ao Cooperativismo, Empreendedorismo e o Apoio às Micro e Pequenas Empresas”.
Quanto ao Cooperativismo, não vimos nos últimos anos nenhum caso que abraçasse a causa dos pequenos empreendedores ou contribuísse com as microempresas. Há tempos vimos tentando fazer os sindicatos das indústrias entender que as empresas em alto grau de dificuldade, bem como aquelas em Recuperação Judicial juntamente com as já falidas, podem ser um grande alvo para trabalhadores que detém ativos junto às empresas.
Assim, o cooperativismo pode, e deve, ser uma ótima forma de mudar o rumo dessas empresas quanto ao triste fim em que a maioria se encontra, ou seja, um encerramento catastrófico para todos os envolvidos.
A ideia do cooperativismo é que os trabalhadores, que detêm o ativo junto à empresa, requeiram em juízo a gestão da devedora, juntamente com uma equipe gestora profissional que deverá acompanhá-los em todo o andamento dos processos administrativos.
Convenhamos que, uma gestão de crise não pode ser feita por pessoas sem conhecimento específico para tanto. Desta forma, são os gestores profissionais do setor e com experiência em riscos e crises, que devem operar administrativamente a empresa e a cooperativa.
Lembro que nem toda a empresa em dificuldades tem capacidade financeira para liquidar seus passivos, incluso os trabalhistas, mas, com mudanças estruturais e a ajuda de Bancos Públicos, esses trabalhadores e todos os demais credores podem ver um final feliz nesse drama.
O empreendedorismo está enraizado em todas as “11 Medidas” do próximo governo. Exemplo disso é o auxílio às micro e pequenas empresas, que, também, podem se beneficiar com a formação de um grupo de credores em cooperativa, e num mesmo segmento, se transformar em um sólido coletivo industrial.
Muitos países adotam esse formato de empreendimento, fortalecendo cada um desses pequenos negócios como um todo unido.
Para isso seria necessária a contribuição do Estado com políticas desenvolvimentistas e avanços em benefício de todos. O crescimento desses pequenos negócios, unidos, poderá, em algum momento, se aproximar de uma boa e competente sociedade anônima de capital pulverizado, com uma governança profissional que oferecerá ao mercado segurança e capacidade de crescimento para todos seus interessados.
Existirão soluções e oportunidades para todos pelos próximos anos e não faltará criatividade e vontade de mudar.
*por Antonio Carlos Morad, advogado no escritório Morad Advocacia Empresarial