Senti que meu peso havia passado dos 03 (três) dígitos e busquei, através de indicações, um endocrinologista que domasse minha gula, meu corpo e o transformasse na referência física, que enquadrasse minha silhueta dentro dos padrões exigidos pela indústria da moda.
Na verdade, estava em busca de alguém que assumisse minha fragilidade e me transformasse em um “case” de sucesso. Assim ocorre em inúmeros casos, onde o comprador de uma franquia, imputa à Rede de Franquias, a responsabilidade do sucesso!
Diante do doutor, observei que esse, não me tocava, apenas escrevia. Verbalizava como deveria proceder longe dele, longe das câmeras, distantes dos holofotes. Paguei pela consulta, visando receber todo seu know-how de anos. Sua caneta mágica descrevia em seu receituário meu manual de normas e procedimentos, carimbando e assinando, ao término, o veredicto final. O doutor depositou em mim uma confiança singular, acreditando rever, em noventa dias, um Cauã Reymond, um The Rock ou, na pior silhueta, um Caio Castro.
O franchising vive uma semelhança estreita com o que descrevi. O candidato à franquia, capitalizado, paga inicialmente uma taxa, assim como paguei na consulta, visando receber, em contrapartida, todo know-how da Franqueadora. A experiência, inicialmente descrita como uma receita, propõe resultados a serem colhidos com seu empenho. Entrega-se para o candidato a franquia documentos que, muitos acreditam ser o balaústre do sucesso, uma poção mágica que o conduzira ao estrelato! Sai do consultório, distribuindo sucesso, expectativa, mais confiante que James Cameron, talvez um Steven Spielberg, em pré-lançamento.
Ledo engano. Os procedimentos estavam escritos na receita, resultado da sabatina de um treinamento teórico, onde o doutor era do tipo “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Porém, não me atentei que o resultado daquela consulta, dependia do ator principal: eu! Decorar o papel e contracenar diante da geladeira, recusar um torresminho, abrir mão do churrasco e dos aperitivos, caminhar ouvindo Stevie Wonder - Isn't She Lovely, ressonando um derradeiro não, aos convites de happy hour, foi impossível.
Muitos compradores de franquias, buscam no insucesso, culpar as Franqueadoras! Adquirem franquias acreditando em milagres, recusam a aceitar que no universo do Franchising “Inspiração e Transpiração” devem andar juntos, como Butch Cassidy and the Sundance Kid, onde, talvez nos primeiros meses, trabalhará até mais que seus funcionários.
Não subestimei meu endocrinologista. Mesmo vendo que estava acima do peso, não poderia culpá-lo por não obter resultados. Ao pagar pela receita, ele não me vendeu sucesso, apenas me apontou o regime! Como eu estava ali por indicação, por alguém que atingiu seus objetivos, minha narrativa defensiva desmoronara!
Enfim, passou noventa dias, fracassei na dieta, perdi meu capital investido, e entendi que a culpa não era do doutor, e sim do meu empenho. Traduzo minha experiência, para a crescente comercialização de franquias. Todos querem o sucesso, franqueadores e franqueados, porém, precisam entender que franquia é resiliência. Não encontrei um culpado, pois, se minha indicação emagreceu, o problema era eu. O endócrino, pode ter o peso que quiser, aliás, quem quer emagrecer sou “eu”!
O insucesso, mesmo que pequeno, é inerente em qualquer empreendimento. Considere isso! No ato da compra de uma franquia, muitas
perguntas são feitas para os franqueadores, mas uma, como consultor, ainda sinto falta: - E se eu fracassar? Como diz Henry Ford - “O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar com mais inteligência! ”. Atente-se!
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