Estamos em um momento onde as pessoas têm tirado o sonho de empreender do papel e colocado em prática, abrindo-se a novas possibilidades. Com isso, podemos notar que nem mesmo a crise causada pela pandemia foi capaz de frear o crescimento do empreendedorismo no Brasil. De acordo com o Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, mais de 4 milhões de companhias foram abertas no ano passado, um recorde desde o início dos registros em 1931.
Diante desse cenário, podemos dizer que esse aumento está atrelado a vários fatores, sendo eles: a formação e capacitação da mão de obra, os programas de orientação para criar e manter um negócio, o acesso a recursos financeiros, a alta liquidez no mercado de venture capital, além do crescimento no mercado digital que tem facilitado a curva para o empreendedor e deixado o cenário mais propício para os empreendedores e as startups.
Eu tenho uma visão otimista sobre o empreendedorismo no Brasil nos próximos anos. Acredito que cada vez mais as pessoas estão em busca de ter o seu próprio negócio, de trabalhar com propósito, de encontrar sentido no que fazem, tendo mais flexibilidade geograficamente e de horário, se sentindo assim mais livres. Com isso, sinto que boas ideias e novos projetos possam surgir e crescer progressivamente.
Além disso, a Geração Z, e boa parte dos millennials, têm um perfil mais questionador, inconformado, que busca uma série de aspectos na hora de tomar decisões de trabalho. Como por exemplo o propósito da empresa, posicionamento, ambiente corporativo, cultura, flexibilidade, entre outras questões que envolvem até mesmo o novo modelo de trabalho, o home office.
Já no aspecto relacionado à educação e acesso à informação, vejo que quanto mais obscuro é um determinado mercado, quanto menos as pessoas conhecem sobre determinadas questões, maior a desconfiança, medos, receios e inércia. Em contrapartida, o oposto também é verdadeiro, ou seja, à medida que fica mais fácil abrir um negócio, que há mais apoio disponível, que as etapas e caminhos estão mais claros, as pessoas têm benchmarks e sentem-se confiantes para trilhar essa jornada.
E ao meu ver é isso que está acontecendo com relação ao empreendedorismo no país, um movimento muito parecido com o que rolou no mercado financeiro, onde as pessoas adquirem conhecimento e investem no segmento, isso foi o grande responsável pelos números recordes de investidores na "temida" bolsa de valores. De acordo com os dados da B3 divulgados no ano passado, o número de brasileiros na bolsa de valores cresceu 42% em um ano. Isso representa 900 mil novos investidores no período, totalizando 3,2 milhões de pessoas físicas que atuam no mercado financeiro.
Para empreender, existem alguns desafios a serem enfrentados e o cenário é um deles e quase sempre está instável, em especial no Brasil, mas também fora dela. Pare um minuto para olhar o que aconteceu nos últimos anos: impeachment e questões políticas, crise energética, pandemia, guerra, entre outros eventos. Visualizar essas questões com clareza e racionalidade já vai te deixar à frente de muitas pessoas que olham de forma superficial e ficam impressionadas num loop dos acontecimentos mais recentes. Isso te dá a força de que não existe a "hora boa" para começar. Eu mesmo comecei a minha primeira empresa em 2016, no meio de uma crise.
Portanto, sabemos que existirão muitos momentos de medo, de frustração, vai ser uma verdadeira montanha russa, mas se você está conectado com o seu propósito, naquilo que se propôs a resolver, pensando em 5-10 anos, siga em frente e lembre-se que é uma questão que você realmente se importa, é mais que dinheiro, é algo que você se preparou para realizar. Continue com essa mentalidade, nem mesmo o medo será capaz de te fazer parar. Afinal, o pior arrependimento é aquele das coisas que você não fez.
*SOBRE - FERNANDO SENNA
Fernando Senna é cofundador da Start Empreendedor, edtech criada por empreendedores para empreendedores, com o propósito de apoiar em todas as etapas da jornada de uma startup, da fase inicial a aqueles que já estão prontos para escalar o seu negócio. Faturou mais de R$ 100 milhões em menos de sete anos como empreendedor.
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