"Os semelhantes se atraem”, frase comum no nosso dia a dia que se origina do que os psicólogos chamam de efeito “semelhança atração”. Conceito que ultimamente vem sendo discutido sobre a sua influência no processo de inovação e escalabilidade dos negócios.
Nós, seres humanos, tendemos a gostar mais e passar mais tempo com pessoas semelhantes a nós, ou seja, somos atraídos por pessoas iguaizinhas à nossa favorita: nós mesmos! Isso acontece nos relacionamentos familiares, com amigos e no ambiente corporativo. Mesmo em ambientes de trabalho diversificados, os iguais se aglutinam, seja a semelhança em hierarquia, departamentos, expertises, sexo, opções pessoais, idade e por aí vai.
É importante deixar claro que estamos falando de diversidade não só cultural, mas no conceito mais amplo, que consiste nas diferentes formas de pensar, agir e comunicar das pessoas que dividem um mesmo espaço, social, familiar, ou corporativo, com a intenção de atingir seus objetivos pessoais ou organizacionais.
Estudos e pesquisas têm nos revelado que uma das características das empresas que crescem exponencialmente, ou seja, aquelas que conseguem escalonar os negócios de forma mais rápida e inovadora, são as empresas que investem na diversidade, no seu conceito mais amplo. Empresas que estruturam suas equipes com membros que pensam e fazem diferente, ou ainda, incorporam membros de outros empresas, segmentos e formações, para provocar discussões e oxigenação no seu ambiente de negócios, literalmente para tirar as pessoas da zona de conforto. Elas abraçam as diferenças em vez de repelir os diferentes.
Se olharmos para o franchising podemos ver claramente o quanto a marca pode se beneficiar da diversidade instalada na rede, onde existem franqueados com diferentes perfis, sexo, formação e cultura, vindos de origens diferentes e trazendo com eles experiências dos mais diversos ambientes de negócios e de vida. Toda essa diversidade, se bem trabalhada pelo franqueador, pode constituir um verdadeiro celeiro de ideias inovadoras, ou até disruptivas, que contribuirão para exponenciar o negócio. Como mudar o foco e acionar esse processo junto à rede é o grande desafio, uma vez que a própria cultura da empresa franqueadora pode ser um fator bloqueador ou inibidor, vale uma reflexão.
Os conselhos de franqueados podem ser muito melhor aproveitados se forem constituídos não só com o objetivo de escutar e discutir com os franqueados as dificuldades da rede, em determinadas regiões, ou ainda, discutir a verba de marketing do fundo de propaganda – o que a maioria faz, mas, essencialmente, discutir caminhos estratégicos e inovações para a rede e para a marca a partir de diferentes visões e perspectivas.
O franchising pode usar a diversidade a seu favor não só com os franqueados da rede, mas com todos os stakeholders dessa grande plataforma, que hoje agrega empresas de diferentes segmentos, os fornecedores do sistema, as empresas de tecnologia, as consultorias especializadas e outras redes de profissionais que estão de alguma forma ligadas ao sistema, no Brasil e no Mundo.
Uma vez que as empresas aceitem e passem a praticar essa mentalidade, formando equipes que espelham a diversidade, tanto nas franquias como nas unidades próprias, esse mindset se disseminará pelo simples fato de que proporciona mais resultado. A empresa não cresce exponencialmente e não se reinventa se trabalhar com clones. Há necessidade de equipes com conexões diferentes, não sobrepostas para que o modelo seja retroalimentado.
Enfim, os conceitos estão mudando e para que as empresas não fiquem pelo caminho, o momento vai exigir de seus executivos a quebra de paradigmas, revisão de conceitos, desapego do velho e bom, deixar de fazer o mesmo com o mesmo perfil de pessoas, além de um sistema de gestão e tecnologia para suportar o novo jeito de liderar e administrar o novo ambiente corporativo.