Relação essa que é de total interdependência. Franqueados e franqueadores têm que ter a consciência de que se conquista muito mais juntos do que separados. Na relação de franquia, colocar o ego de lado e reconhecer que seu progresso está intimamente ligado ao trabalho de outro é fundamental – exige maturidade e abertura ao diálogo.
O paradoxo é que, muitas vezes, quanto mais damos importância para algo, maiores são as dificuldades de comunicação. Isso porque outros fatores acabam influenciando no processo, principalmente as emoções. Na relação de franquia, o franqueador tem em alta conta tudo o que conquistou, a marca, a rede, sua reputação. O franqueado, por sua vez, tem muitas vezes na franquia, o negócio de sua vida, o sustento de sua família.
Então, nada melhor que uma boa dose de empatia, escuta e assertividade. Os dois lados estão, na prática, defendendo a mesma coisa, ambos desejam sucesso e um futuro promissor para o negócio.
Para conquistar o tão sonhado “nós” numa relação de franquia, quando cada um dos envolvidos deixa de pensar apenas no “eu” ou “você”, e abraçam as causas conjuntas, o franchising desenvolveu ao longo dos anos algumas boas práticas que podem ser incorporadas em qualquer relação, seja ela de negócios ou não. Algumas delas são relatadas por Greg Nathan no livro “Parcerias Lucrativas”, as quais relato abaixo:
- Ouvidoria: Uma abordagem de escuta ativa, em que o aspecto defensivo tem que ser deixado completamente de lado. Ela envolve ouvir o outro com cuidado, sem interrupções e sem julgamentos. A ideia é entender o que está efetivamente causando o desconforto da pessoa na relação, e isso vai além de estar disponível. Exige uma boa dose de concentração e autocontrole. Mesmo que você não concorde, permitir que a pessoa exponha suas preocupações é muitas vezes tudo que é preciso para que ela se livre do peso que está sentindo e comece a pensar com mais clareza. Pode ser que até comece a concordar com você.
- Abordagem assertiva: Trata-se de uma abordagem que respeita as diferenças e as necessidades de todos. Não é, no entanto, fácil. Não fomos criados para falar o que é preciso ser dito, muitas vezes entendemos que é melhor “não falar nada” ou esperar que as coisas se resolvam; ou, ao falar, acabamos sendo agressivos, imputando culpa, acusações e outros. Ser assertivo não é fácil, exige coragem e prática. Envolve a expressão de pensamentos e sentimentos de forma clara e aberta, ao mesmo tempo em que se respeita a necessidade do outro. No franchising, com tantos elos distintos, isso se torna ainda mais fundamental.
- Foco em interesse e não em posições: Entender efetivamente o que é valor para você e para o outro. Muitas vezes assumimos posições duras e nada flexíveis ao tentar a solução de algum conflito. Mas, em algumas situações, se o foco estiver apenas no que é de interesse de cada um, pode surgir complementariedade. Um exemplo dado por Greg Nathan, é de duas irmãs que brigavam pela mesma laranja. Ambas assumiram a posição de que “precisavam da laranja” e acabaram dividindo-a. No entanto, não se atentaram que uma precisava da casca e a outra da polpa do fruto. Ou seja, suas posições rígidas acabaram prejudicando as duas a conquistar o que efetivamente tinham interesse.
Embora uma boa comunicação seja essencial para o sucesso em todas as áreas da vida, ela é pouco trabalhada como competência. Para se chegar num nível em que a comunicação seja efetiva, é preciso prática e muito comprometimento com o outro. No franchising mais ainda e é fundamentalmente um fator de sucesso para os negócios.