1. Pensar no resultado em curto prazo
Uma das minhas responsabilidades como franqueador é entrevistar os candidatos que desejam adquirir uma franquia. Infelizmente, vejo todos os dias pessoas achando que vão conseguir vencer em três ou seis meses, no máximo um ano. É estimulante e desafiador conviver com pessoas ambiciosas, que “pensam grande”. Contudo, essa expectativa de resultados no curto prazo, o que até pode acontecer, em geral é uma utopia, mesmo que haja um planejamento bem definido do negócio. O sucesso se faz com tempo, suor, dedicação e noites em claro. Esperar o resultado em prazo curto, seja um pay-back ou geração de lucro, é uma irresponsabilidade primária.
2. Trabalhar pouco no negócio
O sonho de qualquer empreendedor é que seu negócio dê certo no estalar dos dedos, sem que haja, porém, um plano de ação definido. Para muitos, a abertura de franquias tem sido a melhor alternativa. A pergunta que eu faço é: será que uma franquia é garantia de sucesso e realmente dá menos trabalho?
Apesar de todos os indicadores de performance levarem a essa interpretação, considerando certa facilidade na abertura de uma franquia, em linha geral, não existe garantia de sucesso, tampouco, menos trabalho. O ambiente de negócios tem estado cada vez mais competitivo, e a realidade não é diferente para os diversos modelos de franchising, de todos os segmentos, que têm exigido cada vez mais atenção e dedicação dos que investem. Afinal, a cada hora, são abertas novas franquias no Brasil. Portanto, se você deseja empreender, mas pretende trabalhar pouco, saiba que essa atitude pode ser uma grande ameaça.
3. Ter acesso, mas não considerar as boas práticas da rede
“Se você já sabe tudo, desculpe-me, você não precisa de uma franquia, seu processo está encerrado!” Há alguns anos, ouvi essa frase, que jamais irei esquecer. Foi durante a palestra de um renomado franqueador na Convenção da IFA (Associação de Franchising Internacional – EUA). Nas entrelinhas, a lição deixada é que ter postura de aprendiz certamente é a mais valiosa competência de franqueados bem sucedidos.
Absorver e aplicar as boas práticas da rede é simplesmente exercer a melhor forma de atuar nesse ambiente de negócio, em ambos os papéis, como franqueador e franqueado. Dessa forma, todos podem se beneficiar das vantagens do sistema de franquias, reduzindo os riscos inerentes ao negócio e, acima de tudo, gerando valor para todos. Não considerar as boas práticas da rede é escolher um caminho incerto e de êxito pouquíssimo provável.
4. Ser omisso aos indicadores de performance e fluxo de caixa
Um dos maiores erros dos empreendedores na gestão do negócio é não administrar de maneira precisa. Isso leva ao fechamento de um número considerável de empresas todos os dias, incluindo as franquias. De fato, os empreendedores precisam ter a consciência de não “sangrar” o caixa com retiradas ∕ pró-labore irresponsáveis, com isso comprometendo o futuro da empresa. O franqueado deve ter respeito e ser vigilante com fluxo. A recomendação, em geral, é manter no mínimo um ano de suas despesas projetadas “carimbadas” como reserva de fluxo de caixa.
5. Satisfação com o resultado
O negócio tende a declinar justamente quando o franqueado começa a pensar que seus resultados são satisfatórios, parando de agir para fazer o negócio crescer. Quem conhece a filosofia Kaizen sabe bem que a premissa básica é: “Hoje deve ser melhor do que ontem, amanhã deve ser melhor do que hoje!”. É essencial que nenhum dia passe dentro de uma franquia sem que alguma melhoria seja implementada. Sempre tendo como foco servir melhor os seus clientes e stakeholders.