Estrutura organizacional, processos bem definidos e pessoas com competências alinhadas com os objetivos de resultado e com o propósito da marca são fatores determinantes para a alta performance nas redes de franquias.
Uma empresa para gerar os resultados, crescer e se sustentar no mercado ao longo dos anos, precisa ser bem administrada e uma boa administração é fruto de profissionais qualificados, que trabalham em um ambiente adequado, com recursos necessários, como sistemas, processos, ferramentas e todos esses recursos devidamente alocados em uma estrutura organizacional claramente bem definida e formalizada.
Uma empresa que vai atuar no franchising deve começar estruturada, com seus processos, sistemas e ferramentas bem definidos, além das pessoas devidamente capacitadas nas atividades inerentes a cada cargo. A estas empresas não é permitido aprender com os erros. Achar que pode ir arrumando a casa ao longo do tempo é um grande equívoco e um risco para a marca.
A gestão eficaz de uma rede de franquias deve estar fundamentada em diretrizes bem definidas com base em critérios técnicos e condizentes para a obtenção dos resultados projetados, o que vai depender fundamentalmente de três pilares: estrutura organizacional, pessoas, processos e tecnologia. O peso destes aspectos é muito maior no franchising face as implicações com os empreendedores que investirão na marca.
Tudo se constrói a partir de uma base e é sobre isso que pretendo alertar as redes de franquias.
Como o próprio conceito da palavra define - "Estrutura é a base, a sustentação, é edificação, é aquilo que sustenta alguma coisa, é ainda disposição e organização dos elementos essenciais que compõem um todo, quer material (de um edifício, do corpo humano, de uma organização), quer, por analogia, de uma realidade imaterial".
É a forma como as áreas de resultados e as atividades desenvolvidas por uma organização são divididas, organizadas e coordenadas.
Na falta dessa definição a transferência de know how aos franqueados pode ficar comprometida e com isso comprometer também os resultados e a sustentação do negócio.
O foco da estrutura organizacional em uma empresa franqueadora deve ser:
• Dar sustentabilidade ao negócio e à rede;
• Entregar o "pacote" vendido/prometido para o franqueado. Tudo aquilo que foi colocado na circular de oferta e no contrato, promessas, que precisam ser cumpridas;
• Dar assistência gerencial ao franqueado, durante toda a relação contratual, suporte naqueles pontos onde o franqueado não pode errar;
• Incrementar vendas na rede;
• Manter a rede motivada e ainda;
• Deve permitir fluir e fortalecer o conceito de parceria na sua essência, garantir a prática da relação ganha/ganha.
Para que isso aconteça, as áreas que ficarão responsáveis por cada atividade ligada a gestão da rede de franquias devem ser muito bem definidas e estarem alinhadas com as estratégias de curto, médio e longo da empresa, o que significa ter claro os papéis, as responsabilidades, os poderes e subordinação das pessoas que vão executar estas atividades.
Nas empresas as estruturas organizacionais são representadas por um gráfico mundialmente conhecido, o organograma. É comum nas empresas a prática de desenhar esse gráfico sem o devido conhecimento técnico do que ele significa e quais são os elementos que lhe dão origem. O organograma é apenas um desenho de uma estrutura que foi definida a partir das atividades fins e atividades meio da empresa, da proposta de valor para o mercado e da proposta de valor para os franqueados, no caso das empresas que atuam no franchising.
Estamos evoluindo para estruturas mais colaborativas, dinâmicas, líquidas, como diz o filósofo, Zygmunt Bauman, e como as empresas estão se preparando para esse fenômeno é a grande indagação. As redes de franquias, principalmente, uma vez que o efeito das ações e da falta delas acontecem em cadeia e com maior velocidade.
Nunca foi tão importante para as empresas franqueadoras repensar sua estrutura organizacional e sua proposta de valor para o mercado e para a rede, como no momento atual. Achar que tudo vai funcionar fazendo tudo da mesma forma, e com a estrutura organizacional desalinhada com os objetivos estratégicos e com o comportamento do mercado e do consumidor, é um grande equívoco e pode levar a empresa a enfrentar grandes desafios.
Hoje temos visto muitas empresas correndo para implantar ações de marketing para aumentar as vendas, com atuação nas mídias sociais, aplicando recursos que estão escassos e perdendo esses recursos por deficiências internas, na estrutura organizacional, nos processos e na capacitação dos profissionais.
Todos esses aspectos nos fazem pensar se as empresas franqueadoras têm as respostas para perguntas como:
• Qual é o seu modelo de negócio?
• Qual a proposta de valor desse negócio para o mercado?
• Qual a proposta de valor que pretendo entregar para os franqueados?
• Qual é a estrutura organizacional para gestão da rede?
• A estrutura, os processos e as competências das pessoas estão alinhados com o modelo de negócio e com a proposta de valor?
• Qual o papel do franqueado e o que espera dele?
Se você não tem certeza que sim, não hesite e peça ajuda!
*SOBRE - CLÁUDIA BITTENCOURT
Claudia Bittencourt é a sócia-fundadora e atual Diretora Geral do Grupo BITTENCOURT. É Administradora de Empresas com especialização em Estratégia Competitiva pela FGV e em Marketing pela ESPM. Fez carreira como executiva de um grande Grupo ligado à Indústria de Fertilizantes e em 1985 fundou a BITTENCOURT Consultoria, empresa com foco em gestão de negócios e processos. No ano de 1999 reposicionou a companhia com uma consultoria especializada em redes de negócios e franquias.
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