Quer ser dono do seu próprio negócio? Comece com uma franquia. Ela oferece o benefício de ter seu empreendimento, mas com um acompanhamento profissional bastante próximo. O setor faturou R$115 bilhões só no ano passado, atingindo um crescimento de 11,9%. O número de franqueados teve alta de 10%, chegando a 114,4 mil unidades. Os dados são da ABF, Associação Brasileira de Franchising.
Estes números expressivos mostram que cada vez mais pessoas estão investindo no setor, que apresenta diversas vantagens, como começar o seu negócio com uma marca já conhecida do grande público. O franqueado já começa sua empresa com um plano de negócios e o investimento inicial pré-estabelecido. Não há surpresas, mas o trabalho duro precisa ser o mesmo de um empresário que começa sem este suporte.
Para se tornar parceira de uma das mais de 2 mil redes franqueadoras do país, o empresário de primeira viagem precisa se fazer algumas perguntas. É preciso conhecer seu perfil de empreendedorismo, qual setor ele tem mais afinidade e como anda a concorrência. Para ajudar a enfrentar o desafio de abrir uma nova empresa – que, não se engane, é enorme! – separei algumas perguntas que o futuro empresário precisa ter em mente.
O que eu gostaria de vender? – Alguns empresários decidem abrir uma nova franquia pelo bom retorno que ela oferece, ou por ser a com maior crescimento no país. Entendo que é preciso fazer seu dinheiro render, mas não vale a pena trabalhar com um produto que não seja o que você gosta. O que você vende, de certa forma, reflete como será a sua clientela. Não podemos generalizar, mas existe um perfil mais esperado para cada tipo de negócio. Você tem paciência para atender grávidas fazendo seu enxoval? Ou prefere atender os fanáticos por tecnologia em uma loja de celulares? Escolha a clientela que faça seus olhos brilharem.
Como fui atendido antes de comprar a franquia? – Sabemos que quando há o interesse de vender algo, as pessoas costumam ser mais atenciosas. Se você está lidando com algum tipo de intermediador, tome cuidado, pois ele depende da sua compra para ganhar a comissão. Peça documentos que comprovem todos os dados que ele lhe passar. Se estiver conversando diretamente com a empresa franqueadora, perceba quão acessível ela é, se os processos são muitos complexos ou se ela coloca algum tipo de impedimento na comunicação. Provavelmente será assim sua relação com ela após a compra. Avalie se ela é positiva, ou se é algo com o qual você está disposto a conviver.
Como é o relacionamento entre franqueado e franqueadora? – Este é um relacionamento pautado por um contrato de aquisição. Leia atentamente todas as cláusulas antes de fechar o acordo e não tenha vergonha de fazer mais perguntas – afinal, você precisa saber exatamente no que está entrando. Pergunte sobre a compra de produtos, a distância entre uma loja e outra, treinamento para funcionários e renovação de contrato. São coisas básicas, mas que podem fazer toda a diferença em uma negociação.
É bom ser um franqueado desta marca? – Este será um relacionamento duradouro e de longo prazo, se tudo der certo. Por isso, investigue antes como é o relacionamento da empresa com os franqueados atuais. Procure algumas unidades que já estão abertas há mais tempo e converse com seus proprietários. Certamente eles terão uma visão clara sobre a parceria e poderá lhe confirmar se tudo o que está sendo oferecido realmente é entregue, além de falar sobre como a franqueadora reagiu em determinadas situações.
Abrir uma franquia apresenta menos risco do que começar uma empresa sozinho. Você já será uma marca conhecida pelo público, terá um espaço físico que já é familiar e amplo planejamento estratégico. É como ter um irmão mais velho, ele já passou pelos problemas que você poderia enfrentar e mostra qual o melhor caminho para o sucesso. Obviamente, esta parceria tem um custo, mas a segurança que ela proporciona pode ser o empurrão que faltava para despertar o seu eu empreendedor.
Por Alejandro De Gyves, diretor para América Latina da ActionCOACH