Desde o início do desenvolvimento do sistema de franquias, a cada ano e de acordo com o surgimento de novos negócios, seu amadurecimento e nível de exigência tanto do franqueado como do franqueador, as franquias foram segmentando-se de acordo com seus estágios de evolução. Daniel Bernard, consultor e professor em franchising e formatação de redes, nos posiciona acerca de seis gerações de franquias. Dentro da realidade do mercado de franquias no Brasil, entenderemos abaixo as quatro primeiras gerações.
Franquias de primeira geração: neste estágio evolutivo a franquia é um sistema alternativo de distribuição, sem que, no entanto, haja exclusividade na distribuição de produtos ou serviços, ou seja, os mesmos produtos ou serviços ofertados pelo franqueado poderão ser encontrados pelo público consumidor em outros canais de comercialização que não sejam as franquias, como por exemplo, filmes fotográficos ou equipamentos Kodak ou ainda, carnes especiais da rede Montana Grill, que são vendidas em lojas e em supermercados ou casas especializadas em carnes. Uma das principais características das franquias de primeira geração constitui-se na ausência ou pouco suporte ao franqueado, o que não quer dizer que os exemplos citados, assim comportem-se.
Franquias de segunda geração: a segunda geração de franquias, diferencia-se da primeira geração principalmente no que diz respeito ao suporte ao franqueado. Nesta geração, normalmente o franqueado já é obrigado a adquirir mercadorias do franqueador somente, bem como os produtos ou serviços ofertados pela unidade franqueada, serão encontrados somente nesta e não mais em outro canal de comercialização. Neste estágio, normalmente os royalties estão embutidos no preço de compra da mercadoria adquirida do franqueador.
Franquias de terceira geração: neste estágio evolutivo é possível identificar como característica a organização do franqueador no sentido de transmissão de conhecimento operacional à rede, que dentro do sistema de franchising, é comumente conhecido como transferência de know how ou o “saber fazer”. Na terceira geração, é perceptível a existência do espírito de parceria entre o franqueador e o franqueado, pois neste momento, é esperada a consolidação de padrões visuais e de operação em toda a rede.
Franquias de quarta geração: na quarta geração de franquias, há uma grande evolução na maturidade do franqueador no modo de exigências junto aos franqueados e, destes na receptividade e entendimento destas exigências. Neste estágio, é comum a existência de conselhos de franqueados que participam ainda que de forma consultiva, das decisões da franqueadora. O nível de profissionalismo é alto e existe uma grande assistência na operação do negócio, tecnologia de rede e planos de marketing, contando com serviços especializados de terceiros.
Em franquias da quarta geração, a padronização está mais fundamentada na conscientização e motivação da rede do que no esquema de “comando e controle”. Há incidência de vasta troca de informações entre franqueador e franqueados onde é predominante o estímulo de geração e troca de informações, alcançando a participação dos franqueados no nível de decisões estratégicas da franqueadora.
Neste estágio, onde é perceptível maior flexibilidade junto a rede, por considerar sua maturidade, faz-se necessário maior rigor na seleção de novos franqueados para que não ocorra regressão no desenvolvimento da rede.
Meu posicionamento é que as franquias de quarta geração ainda estão em desenvolvimento no Brasil, isto justifica-se até pelo recente e rápido desenvolvimento e crescimento do sistema. É natural que esta seja uma tendência, por ser o melhor caminho para a perenidade do negócio franqueado no processo evolutivo da rede.