Esta é uma pergunta que surge com alguma frequência vinda de quem está na fase de análise entre abrir uma unidade franqueada ou adquirir uma unidade em funcionamento. A resposta a esta reflexiva questão? Depende.
A aquisição de uma unidade franqueada em funcionamento pode ser uma boa oportunidade de negócio. Em um primeiro momento, é importante compreender por que a unidade está sendo repassada. O franqueado atual teve incompatibilidade com a franqueadora? Trata-se de um simples encerramento de ciclo e o franqueado deseja mudar de atividade? O cônjuge do franqueado teve transferência de local de trabalho e por isso a unidade está em repasse? O negócio é deficitário? Dentre estas questões os resultados produzidos pela unidade são um importante foco de análise, pois dependendo do motivo de déficit de resultados, pode ser você que estará na mesma situação em alguns meses, ou pelo contrário, terá a oportunidade de reverter os resultados e ganhar muito dinheiro na operação adquirida.
Uma outra possibilidade inexistente em uma unidade nova é a análise do histórico de resultados da unidade em repasse e, a partir disto, traçar um plano de negócio de acordo com este histórico. Há ainda a ser considerado que em um repasse o franqueado que adquirir a unidade não precisará realizar a implantação da unidade, pois este processo já foi realizado.
Há ainda em um processo de repasse, a possibilidade de negociar o pagamento com quem está vendendo, pois dependendo do motivo, a forma de pagamento poderá ser bastante flexível.
Ainda que existam boas vantagens e a aquisição de um negócio franqueado através de repasse, existem alguns pontos de análise que requerem atenção:
• Locação: em que circunstância está em vigor o contrato de locação? Haverá um reajuste no momento de celebrar um novo contrato (recomenda-se um novo contrato ao invés da transferência de locação)?
• Você comprará também a firma existente ou constituirá uma nova pessoa jurídica? Caso opte por dar continuidade na pessoa jurídica já existente, verificou se existe risco de passivo trabalhista, fiscal ou tributário?
• Se o ponto estiver localizado em shopping center, haverá taxa de transferência da loja? Quem pagará? É possível compartilhar esta despesa com quem está vendendo a unidade franqueada?
• O franqueador exige taxa de transferência além da taxa de adesão?
• O franqueador oferece apoio como mediador no processo de repasse?
• Já analisou seu plano de expansão (sim, franqueado também tem plano de expansão)? Você poderá abrir outras unidades na região onde está adquirindo a unidade em repasse?
Por fim, a análise de valor a ser investido no repasse. Uma das vantagens ofertadas pelo sistema de franquias no momento em que o empreendedor decide repassar o negócio é a liquidez e manutenção da valorização, o que via de regra, não ocorre em empreendimentos independentes, que podem ser muito desvalorizados no momento do repasse. Alguns franqueadores agem como mediadores no momento de repasse, atuando para que quem venda a unidade não realize especulação sobre o negócio ou marca e também orientando quem compra para que faça investimento consciente no que diz respeito a valor x retorno.
Vale salientar que além das recomendações acima, o cuidado de examinar a Circular de Oferta de Franquia, conhecer a rede que você está prestes a fazer parte e conversar com franqueados em atividade e já fora da rede, que são cuidados que tomaria ao abrir uma nova unidade, também são absolutamente válidos para um repasse.
O repasse, se analisado de forma cuidadosa, poderá ser uma ótima opção para aquisição de unidade franqueada.
Pesquise, oriente-se e faça bons negócios!!!