Por George Alexandre
A baixa vacância nos shopping centers vem fazendo com que os varejistas busquem locais alternativos para instalar suas unidades de negócio. Em alguns casos, a vacância está próxima do zero e a falta de espaço para aumentar a área bruta locável chega a criar uma fila de espera.
O segmento dos shopping centers não para de crescer, seja em número de shopping ou em vendas. Para ter uma ideia do que isso significa, no segundo trimestre deste ano, a Aliansce – dona de 15 empreendimentos no Brasil – apontou crescimento de 13% em vendas e espera um segundo semestre com otimismo, segundo informa o jornal Brasil Econômico. O Setor emprega 1 milhão de pessoas e existem mais de 100 unidades em construção. Em poucos anos ultrapassaremos a barreira dos mil shopping centers no Brasil, sendo aproximadamente 30% dos empreendimentos no Estado de São Paulo.
Para quem acha que a oferta é muito grande, a demanda tem se mostrado maior. Com isso, o varejo brasileiro tem procurado alternativas para instalar as suas unidades de negócio e tem sido muito bem recebidos pelos Aeroportos.
Depois de passar por um processo de reestruturação para receber o varejo, os Aeroshoppings brasileiros têm se tornado locais mais agradáveis e propícios para o consumo dos mais diversos tipos de produtos e serviços. Com design moderno, espaços generosos e preparados para receber as marcas mais tradicionais do varejo nacional e internacional, os aeroportos têm despertado a atenção de muitas redes. Foi criado um ambiente favorável às compras e o varejo começa a perceber isso com mais intensidade.
O conceito de Aeroshopping já foi implantado em 17 aeroportos brasileiros: Guarulhos, Viracopos em Campinas, Brasília, Palmas, Porto Alegre, Belém, Londrina, Joinville, Navegantes, Porto Velho, Salvador, Manaus, Campina Grande, Maceió, Recife, Petrolina e Uberlândia, onde são disponibilizados espaços comerciais para a prática do varejo.
O Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos, além de livrarias, agências de viagem, casas de câmbio, drogarias, já conta com outras 28 lojas, sendo 11 no segmento de alimentação. Em um passado não muito distante, muitas destas lojas só eram vistas em shopping centers. O Aeroporto de Salvador – BA é um dois que mais ampliou sua área de lojas. Hoje conta com 60 operações de varejo e até um hotel, sem contar bancos, locadoras de veículos, casas de câmbio e hotel (também encontrado em Guarulhos). No segmento de alimentação, o chamado Aeroshopping de Salvador possui 17 operações.
Ainda há muito a se fazer para tornar os aeroportos mais atraentes às marcas e aos consumidores, mas o pontapé inicial foi dado e a privatização pode acelerar um processo que me parece irreversível. No futuro a área destinada ao varejo e serviços tende a aumentar. Porém, os aeroshoppings estão longe de substituir os shopping centers e devem se apresentar como opção na diversificação dos canais.
*George Alexandre é diretor da BG&H Real Estate