Em tempos de crise, a possibilidade de ter o controle dos negócios em mãos tem incentivado investidores a enxergar o sistema de franquias como uma boa oportunidade para driblar a insegurança que ronda os mercados econômicos.
As expectativas são tão positivas que a Associação Brasileira de Franchising (ABF) projeta um crescimento da ordem de 17% no faturamento em 2008, o que deve representar mais de R$ 53 bilhões em negócios. Para 2009, a projeção é de aumento na casa dos 13% no faturamento em relação ao ano passado.
"O ano de 2008 foi bom para o setor e tenho esperança que 2009 será inda melhor. Acredito que o aumento do desemprego proporcionará o interesse em começar com um processo já estruturado, testado e alicerçado em uma marca forte e um produto ou serviço que tenha demanda e potencial de manutenção e crescimento de mercado.", diz Ricardo Camargo, diretor-executivo da entidade.
Na opinião do executivo, a recuperação do mercado virá em meados de abril quando Obama [Barack Obama, presidente eleito dos Estados Unidos] assumirá o cargo. A ajuda dos pacotes de estímulo à economia bastante difundido na Europa e Ásia também contribuirão para que as empresas se adaptem novamente a este novo momento", acredita Camargo, afirmando que o pior já passou.
Pelas contas do diretor, o setor projeta fechar o ano com um total de 1.300 lojas, ante 1.197 contabilizadas em 2007. Para 2009, o diretor espera que 70 mil novos pontos- de -vendas venham se agregar ao grupo, o que representa um aumento de 6% em relação a este ano e mais de 36 mil novos empregos gerados.
Num ranking dos setores que mais procuraram a ABF para abertura de novos negócios, o mercado de alimentação foi o primeiro colocado (20%), puxado pela necessidade de refeições rápidas e fora de casa. Na seqüência vêm os setores de Beleza & Saúde e Produtos Naturais (15%), empatado com as áreas de Educação e Treinamento também com 15%.
Porém, um projeção feita pela entidade no ano passado se confirmou quando precisavam que o mercado de acessórios pessoais se confirmassem como um dos mais rentáveis. De acordo com o executivo, o ingresso da mulher no mercado de trabalho e o aumento do poder aquisitivo das classes B e C contribuíram para a expansão do setor.
Bom para a rede de franquias Morana, administrada pelo grupo Ornatus, que com apenas seis anos de atividade, já é considerada uma das maiores na linha de acessórios de bijuterias do país. De acordo Eduardo Morina, diretor de marketing e negócios do grupo, a expectativa para 2009 é fechar com uma média de 150 novas pontos -de -venda da Morana, contra as 100 lojas abertas durante o ano de 2008.
A perspectiva é de um aumento no crescimento da ordem de 5% a 10% para o próximo ano, ante os 10% registrados em 2008, de acordo com o executivo, que garante que uma loja da rede chega a faturar em média R$ 60 mil mensais. Uma franquia Morana pode ser adquirida por R$ 200 mil, fora o ponto comercial.
Os assessórios da Morana também podem ser encontrados lá fora por meio de suas operações nos Estados Unidos (Nova York e Los Angeles), duas na cidade do Porto, em Portugal, e também em sua mais recente loja inaugurada em Bogotá, na Colômbia.
"Diante deste cenário de incertezas, estamos bastante apreensivos quanto ao desenrolar dos negócios aqui na America do Sul, já que nossas lojas nos EUA e Europa sentiram bastante os efeitos da crise", diz Morina.