Desenvolvimento de negócios em parceria é a definição básica de uma rede de franquias - modelo no qual uma empresa com formato de negócio já testado, concede à outra o direito de utilizar a sua marca explorar os produtos e serviços e também o sistema de gestão, mediante, é claro, a estabelecida contrapartida financeira.
A opção por criar uma rede pode ser vantajosa. Esse caminho possibilita uma rápida cobertura do mercado, com menor investimento. No entanto, alguns cuidados têm de ser tomados até mesmo antes da decisão de abrir o negócio. O primeiro deles é a avaliação de mercado, que, por ter grande importância, deve ser feita de forma completa e responsável. É preciso ter em mente que, ao se tornar franqueador, o empresário assume um compromisso de longo prazo com seus parceiros.
Detalhando a avaliação de mercado, será preciso levantar o potencial de consumo de uma região - apurando inclusive o número de habitantes/trabalhadores -, as perspectivas de evolução do setor, levando em conta inclusive dados conjunturais, além de analisar a concorrência direta e indireta, e avaliar a capacidade de expansão da rede.
Feito isso, um tempo de experiência será necessário, com a criação de uma unidade piloto. O conceito do negócio a ser franqueado deve estar bem testado e identificado. É aí que o franqueador deverá experimentar esse conceito por, no mínimo, dois anos. Com a unidade piloto, será importante testar e adaptar os processos, o lançamento de novos produtos, a evolução do conceito e adequar o mix de produtos oferecidos, para que ele seja o mais equilibrado, e alinhado à perspectiva do consumidor.
Por isso, é essencial ter claro que, ao decidir pela criação de uma rede de franchising, o franqueador deve saber que o franqueado é um parceiro e não um empregado. Ele certamente terá, em muitos momentos, de alterar a forma de pensar, de agir, além de mudar, em certos casos, a forma como está estruturada a empresa.
A marca deve ser registrada. A propriedade intelectual e industrial é uma condição para avançar rumo ao franchising. A marca tem de estar registrada no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). É fundamental também, que esta marca tenha notoriedade para atrair e manter o interesse de potenciais franqueados.
O franqueador tem a obrigação de transmitir ao franqueado como administrar o negócio. Só assim, com as regras como condição, é possível garantir o resultado. Ainda, neste quesito de know-how, é preciso destacar que o conhecimento tem de ser exclusivo, sem uso geral ou de fácil acesso, vantajoso, conferindo assim o diferencial competitivo e econômico em relação aos concorrentes, e fácil de ser convertido na forma escrita, por meio de manuais de operação.
E as obrigações não param aí: o franqueador tem ainda de provar ao franqueado a rentabilidade do negócio. Com todas essas informações reunidas, o empreendedor deve analisar a viabilidade do negócio e formatá-lo, colocando todos esses dados e variáveis no papel. É isso que vai mostrar se estamos diante de um empreendimento viável ou não.
Começar a divulgação também exige cuidados. O primeiro deles, refere-se à definição do perfil dos franqueadores. Depois, é preciso desenhar o processo de seleção e, por fim, elaborar a circular de oferta, obrigatória por lei.
Para terminar, é preciso dedicar atenção especial aos seguintes erros, para que eles sejam evitados: lançamento precipitado da rede de franquias, seleção incorreta de franqueados, adaptação deficiente da estrutura da empresa à nova realidade, má localização das lojas, definição errada da exclusividade territorial, treinamento inadequado dos funcionários e erros na definição da fórmula econômica.