Empreender vai muito além do que ser seu próprio patrão. Existe a possibilidade de trabalhar com o que realmente gosta, ter uma maior autonomia e independência financeira, e se livrar do estresse das fortes hierarquias do ambiente de trabalho. A ideia do próprio negócio rodeia a mente de vários brasileiros. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mais de 3 milhões e 800 mil empresas foram abertas em 2022. Dentre essas, existe um foco maior nas sociedades familiares, principalmente entre irmãos.
O Dia do Irmão foi celebrado no dia 05 de setembro, e o empreendedorismo entre eles oferece muitas vantagens, como a confiança e conhecimento sobre o outro em questões como responsabilidade e comprometimento. Outro principal benefício desse tipo de sociedade é a melhora nos laços afetivos. Porém, a relação sócio/irmão precisa ser pensada racionalmente. Disputas, desacordos e falta do hábito de escutar o outro podem ser comportamentos prejudiciais para a empresa.
Em uma parceria empresarial com seu irmão é importante que os dois reconheçam os pontos positivos um do outro, mas que também saibam melhorar os negativos. Durante minha jornada profissional como CEO do Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos), tive a oportunidade de trabalhar com familiares que me mostraram a realidade sobre esse tipo de negócio. Pude aprender que o equilíbrio é uma das chaves para a fluidez dos processos, principalmente na tomada de decisões.
Por conta das várias vantagens que esse modelo de empreendedorismo oferece, a parceria entre irmãos ou com outros familiares chama a atenção de muitos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% das empresas brasileiras têm perfil familiar, além de empregarem 75% da mão de obra do país. Esses dados atraem ainda mais candidatos que querem se arriscar no mundo dos negócios com seus irmãos. Esse foi o caso de Admar, Guilherme e Rogério.
Os três irmãos conheceram o Cebrac em 2014. Guilherme tinha um amigo que era dono de uma das unidades, e sugeriu a ideia para Admar e Rogério. Os três já possuíam uma grande bagagem no mundo corporativo, e em 2015 o trio abriu a primeira unidade do Cebrac em Rio Preto, seguindo para novas unidades nos anos posteriores em Ribeirão Preto e Franca, São Paulo. A divisão de tarefas entre eles é muito bem esclarecida para que conflitos sejam evitados o máximo possível.
Esse também foi o caso de Django e Aladim, franqueados do Cebrac no Distrito Federal. Ambos já tinham anos de experiência no mercado financeiro, principalmente com vendas. Django quis se arriscar no mundo do empreendedorismo, e após se identificar com o Cebrac Franchising, convidou seu irmão Aladim para entrar nessa empreitada. Juntos, eles inauguraram a unidade do Cebrac em Ceilândia em 2013. Hoje em dia, Aladim também é gestor e sócio da unidade de Planaltina.
Esses casos são de empreendedores que, depois de muitos anos de carreira profissional individual, resolveram se juntar aos irmãos para se arriscarem no empreendedorismo. Nem mesmo o tempo conseguiu impedir essa iniciativa. Segundo um levantamento realizado pelo Sebrae, a média de idade que as pessoas começam seus empreendimentos é aos 44 anos. Sua jornada no mundo corporativo pode ter início no empreendedorismo. Nunca é tarde demais para se arriscar, principalmente se tiver a oportunidade de fazer isso com seus irmãos!
*Por Rogério Silva, CEO do Cebrac e guru na plataforma Sua Franquia.