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Cinco tendências em negócios para 2022

Por Thais Cordero

Cinco tendências em negócios para 2022
Outros Artigos Publicado em 22 de Novembro de 2021 às, 08h00. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 12h56.

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As turbulentas tempestades provocadas pela pandemia estão, finalmente, dando pequenos sinais de melhora. Contudo, o cenário que se desenha não parece dos mais promissores. Para os negócios que sobreviveram a esse período conturbado, é hora de reorganizar e planejar as ações para o próximo ano.

 

No Brasil, a perspectiva é de juros mais altos, somado a uma crise hídrica e às incertezas típicas de um ano eleitoral. No mundo, já se considera um panorama de estagflação, onde a atividade econômica se encontra estagnada em meio a uma alta inflação.

 

Diante de tantas incertezas, algumas medidas devem ser tomadas a fim de conter a crise e alavancar a retomada econômica. Por isso, listo aqui cinco tendências de negócios que devem se acentuar em 2022.

 

 

#1 - Exportação: As exportações brasileiras registraram recordes no período da pandemia. Entre janeiro e julho desse ano, foi registrado um aumento de 35,3% em relação ao mesmo período de 2020 – o equivalente a US$ 161,42 bilhões, segundo dados do Governo Federal. O destaque é, sem dúvidas, para o agronegócio, cujo PIB também apresentou seu maior crescimento histórico, de 24,31% em 2020, de acordo com o Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). O setor foi especialmente favorecido pela desvalorização do Real – especialmente se tratando da soja e o minério de ferro. Com o Dólar em alta, a tendência é que mais empresas intensifiquem suas operações internacionais em 2022.

#2 - Internacionalização: Nos últimos oito anos, o nível de internacionalização das empresas brasileiras saltou de 12,9% para 21,6%, de acordo com um estudo publicado pela Fundação Dom Cabral. O aumento deixa claro a quantidade de portas abertas para os empreendedores constituírem suas empresas ao redor do mundo – novamente favorecidos pela cotação das moedas estrangeiras e menor tributação em determinados países. A Lei nº 14.195, que tem como objetivo a desburocratização do ambiente de negócios no Brasil, deve reduzir a insegurança jurídica tanto das empresas estrangeiras que querem atuar no Brasil quando das brasileiras que eram se internacionalizar.

#3 - Fusões e aquisições: Com foco em garantir sua sobrevivência, minimizando os impactos econômicos sentidos nesse último ano, as operações de fusões e aquisições vêm batendo recordes tanto em âmbito nacional quanto internacional. Só no primeiro trimestre deste ano, essas operações atingiram US$ 1,1 trilhão, um recorde desde 1998, segundo dados da Bloomberg. Para 2022, a tendência é que cada vez mais companhias busquem essa estratégia como forma de unir forças, melhorar a eficiência e garantir a continuidade dos negócios.

#4 - Reestruturação societária: Passado o período mais turbulento da pandemia, muitas empresas devem fazer uma análise mais profunda de seu quadro societário. Afinal, a reorganização interna é uma das principais chaves para que as empresas consigam sair da crise. Esse processo é uma consequência das mudanças estruturais que aconteceram ao longo do período dentro das companhias, como também em decorrência das próprias operações de fusões e aquisições. O objetivo é proteger os direitos dos acionistas ou sócios, aumentando a eficiência e competitividade das empresas.

#5 - Planejamento sucessório: Nunca sentimos tanto a vulnerabilidade da vida como neste período de pandemia. Foram mais de 600 mil óbitos causados pela Covid-19 apenas no Brasil – perdas que impactaram muitas empresas. Nesse contexto, a busca por um planejamento sucessório tem sido grande. Segundo o IBGE, a procura por esse tipo de documentação aumentou em mais de 50% em 2020. Como mais de 90% das empresas brasileiras são familiares, pensar a sucessão é fundamental para garantir a perpetuidade do negócio. Dados mostram que mais de 70% das empresas não chegam aos filhos e apenas 5% chegam à geração dos netos de seu fundador. Ter uma visão de longo prazo é fundamental.

 

O ano de 2022 deve ser desafiador, com uma projeção tímida no PIB, de crescimento previsto de apenas 1,57%. Contudo, é hora de as empresas olharem mais para dentro. É preciso estar com tudo em ordem e sempre atento aos negócios. Afinal, toda crise sempre reserva boas oportunidades. Estar preparado para aproveitá-las é o que faz a diferença.

 

Thais Cordero é advogada e Líder da área societária do escritório Marcos Martins Advogados. 

 

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