A realização da COP30, em novembro de 2025, em Belém do Pará, representa uma oportunidade única para o Brasil. Esta conferência internacional não apenas trará para o coração da Amazônia as principais discussões acerca das mudanças climáticas, mas também oferecerá às empresas nacionais uma vitrine global para expor inovações e expertises relacionadas à sustentabilidade.
O evento promete ser um divisor de águas para o setor privado brasileiro, que deve se preparar para aproveitar o momento como um catalisador de transformações socioambientais. Nesse contexto, o compliance surge como um aliado estratégico para orientar e monitorar o compromisso empresarial com a sustentabilidade.
Compliance e sustentabilidade: uma nova sinergia
A integração de princípios de compliance às políticas de sustentabilidade é um dos maiores desafios para as empresas, mas também uma das mais promissoras oportunidades. O compliance ambiental, em particular, deve ganhar protagonismo, garantindo que as organizações não apenas cumpram a legislação, mas também adotem boas práticas que reforcem seu compromisso ético e sua responsabilidade socioambiental.
Para tanto, é essencial que as corporações revisem seus códigos de conduta e estabeleçam diretrizes claras para:
- Adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança): Integrar objetivos de sustentabilidade aos modelos de negócio;
- Gestão de riscos climáticos e ambientais: mapear riscos operacionais, financeiros e reputacionais associados às mudanças climáticas;
- Transparência e accountability: reportar de forma clara e precisa suas iniciativas de sustentabilidade para investidores, consumidores e demais stakeholders.
Desafios do compliance no contexto da COP30
Embora as oportunidades sejam vastas, o caminho para o protagonismo na COP30 apresenta desafios significativos, tais como:
Adaptação Regulamentar: O Brasil está em um momento de transição com a atualização de normas ambientais e de segurança climática. Alinhar-se às novas exigências demandará esforço e investimento.
Fomento à Inovação Sustentável: Para se destacarem no evento, as empresas precisarão demonstrar criatividade na apresentação de soluções inovadoras e sustentáveis. Isso exige uma sinergia entre setores público e privado.
Engajamento Interno: A construção de uma cultura organizacional que valorize a sustentabilidade demanda treinamento contínuo e envolvimento de todos os níveis hierárquicos.
A COP30 como propulsora de negócios sustentáveis
A COP30 também é uma oportunidade única para reposicionar o Brasil no cenário global, destacando o potencial da região amazônica como centro de soluções sustentáveis. Empresas que já investem em tecnologias verdes, economia circular e boas práticas ESG terão maior capacidade de captar o interesse de investidores internacionais e de ampliar sua atuação em mercados altamente competitivos.
Além disso, iniciativas como a certificação de cadeias de produção sustentáveis e o fortalecimento da rastreabilidade de insumos contribuirão para consolidar o Brasil como referência em sustentabilidade corporativa.
A COP30 deve ser vista como um marco transformador, não apenas para as políticas ambientais globais, mas também para o ambiente de negócios brasileiro. As empresas que desejam se destacar nesse contexto devem atuar desde já, utilizando o compliance como uma ferramenta para alinhar estratégias empresariais às demandas por sustentabilidade.
Ao adotar uma postura proativa e transparente, o setor privado não apenas contribuirá para os objetivos climáticos globais, mas também conquistará vantagens competitivas que garantirão sua relevância no mercado internacional.
*Por Amanda Ramalho, advogada especialista em Direito Empresarial e Compliance e colunista da Plataforma Sua Franquia.