A medicina veterinária no Brasil está em transformação acelerada. Avanços tecnológicos, mudanças no comportamento dos tutores de pets e a chegada de grandes investimentos estrangeiros têm moldado um mercado cada vez mais competitivo e sofisticado. No centro dessa revolução está a alta complexidade dos serviços, um nicho que ganha força ao mesmo tempo que demanda inovação e excelência no atendimento.
Como sócio-fundador da VFP, uma rede de hospitais veterinários de alta complexidade para cães e gatos, acompanho esse cenário de perto, não apenas contribuindo para ele, mas também ajustando nossa estratégia para atender às exigências de um público em constante evolução.
O Brasil ocupa a terceira posição no mercado global pet, movimentando mais de R$ 60 bilhões em 2024. Dentro desse universo, a saúde veterinária desponta como um dos setores mais dinâmicos, com crescimento anual impulsionado pela valorização dos animais como membros da família.
Esse contexto exige não só serviços de alta qualidade, mas também expansão estratégica. A VFP, por exemplo, iniciou sua operação em novas localidades como São José dos Campos, Uberlândia, Piracicaba, Uberaba, Franca e Rio Preto. Essa expansão foi cuidadosamente planejada com base em critérios como população superior a 200 mil habitantes, potencial de consumo e maturidade do mercado local de saúde veterinária.
Consolidação e Investimentos no Setor
O mercado de medicina veterinária no Brasil tem atraído cada vez mais atenção de investidores estrangeiros. Recentemente, a L Catterton, um dos maiores fundos globais de private equity, adquiriu a WeVets, ampliando sua presença em um mercado promissor. Outro exemplo significativo foi a compra da Provet, referência em diagnóstico veterinário, pela Petlove, consolidando ainda mais sua atuação no setor. Além disso, o grupo VCA/PetCare segue investindo no Brasil, evidenciando o interesse crescente por parte de grandes players internacionais.
Essas movimentações trazem benefícios, como investimentos em infraestrutura, acesso a tecnologias avançadas e maior profissionalização. No entanto, elas também aumentam a concorrência, exigindo que hospitais e clínicas locais invistam em inovação para se manterem relevantes.
No segmento de alta complexidade, a tecnologia é um diferencial indispensável. Na VFP, utilizamos ferramentas como diagnóstico por imagem de alta precisão, telemedicina e cirurgias minimamente invasivas. Esses recursos não só melhoram os resultados clínicos, mas também elevam a experiência do cliente, que valoriza transparência e eficiência no atendimento.
Além disso, a inteligência artificial e a biotecnologia têm um papel crescente no diagnóstico precoce de doenças e no desenvolvimento de tratamentos personalizados, abrindo novas fronteiras para o setor.
A transformação do mercado veterinário cria um leque de oportunidades. Startups de tecnologia, empresas de seguros para pets e negócios voltados à saúde preventiva são apenas algumas das áreas com potencial de crescimento.
Ao mesmo tempo, desafios como a formação continuada de profissionais e a adaptação às novas exigências do público exigem atenção. Para negócios independentes, a diferenciação será essencial. Serviços personalizados, inovação tecnológica e excelência no atendimento serão os pilares para competir com grandes redes e investidores internacionais.
Um Olhar para o Futuro
Com a expansão para novas cidades, a VFP reafirma seu compromisso com a saúde animal e a evolução do setor. Nosso objetivo não é apenas oferecer serviços de alta complexidade, mas também contribuir para um mercado mais dinâmico, inovador e centrado na excelência.
A revolução da medicina veterinária no Brasil está apenas começando. Seja por meio de novos investimentos, tecnologias disruptivas ou expansão planejada, o futuro é promissor para quem, assim como nós, acredita no potencial transformador desse segmento.
*João Marcos Rios que é sócio-fundador da VFP, hospital de alta complexidade para cães e gatos, especializado em tecnologias avançadas e atendimento diferenciado e colunista da Plataforma Sua Franquia.
