Como você sabe, Autoconhecimento é meu tema preferido, o grande mote da minha vida. E, recentemente, percebi que o mundo dos negócios ainda não compreendeu de verdade a relação inequívoca entre o olhar para si mesmo e o empreendedorismo. Estão todos em busca de empreender, munindo-se das melhores ferramentas e do maior conhecimento técnico possível, sem se dar conta do quanto saber de si colabora tanto ou até mais para que tenham sucesso em suas jornadas.
Aliás, se você está lendo esse artigo, muito provavelmente, é porque deseja e acredita que pode empreender. Talvez até já tenha um projeto inovador em mente. Então, pare um instante e pense comigo: como é que você pretende tirar esse projeto do papel?
Quantos e quais riscos terá de correr?
Quais caminhos terá de seguir e quais decisões terá de tomar?
Quais recursos você já tem – e quais ainda lhe faltam?
Quantas e quais pessoas terão de lhe acompanhar nessa missão?
E se não der certo, você tem força, disposição e recursos para começar de novo?
Veja como o processo do Autoconhecimento é importante e necessário. Ao responder essas questões, com honestidade e sem exagerar na autocrítica, o que você obtém é uma estratégia emocional para viabilizar o seu plano. Ganha, também, a oportunidade de identificar seus próprios talentos e limites.
E, então, ciente das suas possibilidades, poderá desenvolver e acessar todos os recursos internos que necessitará nesta trajetória.
As características que o empreendedor enxerga em si mesmo
Antes de prosseguir, quero lhe contar que, historicamente, o empreendedor não é o dono do negócio ou do capital, mas, sim, o criador da ideia. Trata-se da pessoa que, com ou sem dinheiro, pensou em algo inovador, diferente, único – e correu atrás para tirar esse projeto do papel.
Por isso, empreender é sinônimo de realizar. É transformar ideias e pensamentos em ações concretas e em resultados, reunindo todos os recursos necessários para isso. E, quando falo de recursos, não estou falando apenas do investimento financeiro (que também pode ser necessário ao seu projeto); para além do dinheiro, concretizar uma ideia requer, ainda, um imenso investimento emocional.
Basta lembrar que o empreendedor, via de regra, é alguém que topa correr riscos. Corajoso, acredita tanto nas suas ideias e na possibilidade de sucesso que continua sempre em frente, com assertividade e positividade.
O empreendedor também é alguém capaz de pensamento estratégico, dotado de iniciativa e ‘acabativa’, porque não deixa nada pela metade. Dono de empatia (para engajar os outros a comprarem suas ideias) e de muita resiliência (para se adaptar a todos os cenários), encara as dificuldades e fracassos com uma frase: “se desse jeito não deu, qual outro posso tentar?”. A persistência faz parte da sua natureza.
Ah, vale dizer, nem sempre o empreendedor atua como líder: com frequência, seu papel é o de agregar inteligência e criatividade à equipe, autorizando e empoderando as lideranças para que comandem o time rumo à concretização do projeto inicial.
Continuando, o empreendedor é alguém capaz de manejar sua própria ansiedade. Ele sabe que há um caminho para a realização, então, não se atropela e nem aos outros. Dá tempo ao tempo para que os seus projetos vinguem.
Ele busca o protagonismo, assume a responsabilidade para si, discute ideias com seus parceiros, mas nunca com a intenção de competir. Como reconhece o autovalor, também consegue reconhecer o valor das pessoas ao seu redor. Como pratica o autorrespeito e a automotivação, também consegue oferecer o mesmo a quem está ao seu lado. E, naturalmente, em vez de ganhar dos outros, a sua busca é triunfar em conjunto.
Você é um empreendedor nato (mas, talvez, nunca soube disso!)
Em suma, o empreendedor que empreende com autoconhecimento chega no topo da montanha, mas nunca está sozinho. Para ele, o resultado final tem muito mais valor se o esforço para alcançá-lo tiver sido compartilhado.
E agora que você chegou até aqui, eu preciso lhe dizer: mesmo que nunca tenha sabido, você é tudo isso que acabei de descrever! Desde o momento em que veio ao mundo, tudo o que fez foi empreender. Mas, se não tinha consciência disso, nem sequer reparou que era dono(a) de tantas habilidades e competências.
Por isso, escrevi esse artigo para mostrar que todos nós somos empreendedores natos, inclusive você. E, agora que tem consciência disso, eu o(a) convido a olhar para a sua história para reconhecer todos os riscos que correu para chegar até aqui; para relembrar e aplaudir todas as vitórias que obteve em parceria com os seus; e, para perceber que, apesar dos eventuais fracassos, você conquistou, conseguiu e resultou.
Enfim, aqui está você, hoje, pronto para continuar a empreender, mas agora com muito mais consciência de si. E sabe aquele projeto inovador que você já tem em mente? Então, depois dessa leitura, ficará muito mais fácil empreendê-lo!