De uns dez anos atrás todas as franquias e outras organizações do mundo passaram a enfrentar uma nova verdade absoluta. “Nos últimos dez anos passamos a conviver com uma 4ª verdade absoluta: as margens de qualquer negócio, indepentende do segmento ou país onde está operando, é uma curva declinante com tendência a zero, a não ser que sejam completamente reinventados, o tempo todo”, explica Pedro Mello, um dos co-fundadores da Open Leaders Organization.
Essa nova realidade se originou na combinação de uma competição cada vez mais predatória junto com os impactos da revolução digital, que tem tirado o sono de líderes do mundo inteiro na corrida para adaptarem as suas organizações à ambientes de negócios cada vez mais hostis.
Diante desse cenário, o franchising brasileiro enfrenta dificuldades ainda maiores, uma vez que a margem dos produtos e serviços vendidos pela redes precisa ser suficientemente alta para sustentar dois negócios, o do franqueador e o de seus franqueados. Porém, com margens cada vez mais achatadas, a capacidade dos modelos de negócio sobreviverem está se tornando insustentável. “Nos últimos três anos temos notado um padrão recorrente de performance nas redes, onde apenas 30% dos franqueados ganham dinheiro, 30% empatam se não remunerarem o capital investido nem o trabalho do franqueado na operação, e os 40% restantes estão literalmente sangrando”, afirma Mauro Peres, co-fundador da Open Leaders Organization.
Apesar de ser um problema mundial, as redes brasileiras sofrem mais com esse achatamento contínuo das margens, uma vez que na média as redes são muito pequenas em relação às internacionais, especialmente as americanas.
Essa fragilidade é demonstrada pelos números do franchising brasileiro, onde aproximadamente 92% das redes vivas tem menos de 80 unidades, um número muito pequeno para um franqueadora se sustentar apenas com royalties de franqueados. “Em uma rede com 80 franqueados e 6% de royalties, a franqueadora teria recursos equivalentes a uma rede própria de 4,8 unidades, um volume financeiramente inviável para manter profissionais qualificados para suportar os franqueados”, complementa Pedro Mello.
Quando levamos em consideração a média de unidades nacional, a situação é ainda mais complicada, pois estamos falando de 33 a 40 unidades por rede, dependendo da fonte.
Foi diante dessas premissas que nasceu o movimento OPEN FRANCHISE, em 2014, pouco antes do país mergulhar em sua maior crise econômica, política e ética, que trouxe dificuldades ainda maiores às redes franqueadoras brasileiras. Com números cada vez mais alarmantes de franqueados com dificuldades para sobreviverem, os co-fundadores da Open Leaders passaram a convidar franqueadores para testar hipóteses que imaginavam serem capazes de mudar a performance de suas redes.
Foi assim que alguns líderes de redes franqueadoras, como Fábio Khoury de Oliveira, Diretor da Flytour Franchising, Manoel Alvino Filho, fundador da OrtoEstética, e Daniel Guedes, então CEO da SMZTO, holding de franquias, começaram a testar práticas Open em suas redes e perceber resultados cada vez melhores de faturamento, lucratividade e engajamento de seus franqueados.
Com o passar dos anos, as práticas de OPEN FRANCHISE foram ganhando musculatura, resultados consistentes em diversas redes, entusiastas pelo novo modelo de gestão e, principalmente, metodologia capaz de ser replicada em qualquer tipo de segmento de mercado. “Decidimos abrir completamente a metodologia desenvolvida nos últimos quatro anos para qualquer líder que desejar implantar o Open e o livro que estamos lançando nesse momento é o início dessa jornada open source, pois nele contamos tudo que aprendemos até esse momento”, afirma Giovana Bratti, co-fundadora da Open Leaders.
O 1º OPEN TALKS, marca um momento importante para a Open Leaders Organization, uma vez que abre toda a metodologia para o mundo durante evento onde diversos líderes OPEN contarão as suas experiências com o novo modelo de gestão. Entre eles, participarão os fundadores da Finanças360º, Fernando e Henrique Carbonell, da diretoria do nicho de franquias da Cielo, Hynde Fonseca, e um dos fundadores da SCI Sistemas Contábeis, Elinton Marçal, todos grandes apoiadores do evento e do movimento OPEN.
Mello reforça que os modelos de franchising mais adaptados a esse novo mundo em que estamos vivendo serão os que conseguirem modificar a forma como seus líderes se relacionam com os seus colaboradores e franqueados. Para isso, terão que aprender a desaprender boa parte do que tiveram como boas práticas para gestão de redes. “Não quero mais ser o dono dos franqueados, quero ser um facilitador e uma das minhas principais funções hoje é criar ambientes de troca saudáveis”, comenta Fábio Khoury de Oliveira, Diretor da Flytour Franchising.
“As habilidades necessárias para um gestor de redes de franquias não se limitam a uma boa estratégia e capacidade de liderar os franqueados. Se o franqueador não for um profundo conhecedor de gente e novas tecnologias, rapidamente desaparecerá do mapa. Ser um franqueador virou algo bem mais complexo, mas também desafiador”, complementa Mello.
Serviço:
O OPEN Talks é gratuito e ocorre no dia 07/06 (sexta-feira), das 15h às 22h, na Livraria Cultura Iguatemi.