Acessibilidade, responsabilidade social, gestão ambiental e inclusão digital. Foi estruturada nesses quatro pilares que a Feira do Empreendedor superou as expectativas do Sebrae na edição de 2009. Para aqueles que desejam abrir uma micro ou pequena empresa, ou mesmo ampliar uma já existente, a Feira apresentou até o último domingo , oportunidades de negócios nas áreas de indústria, agronegócios, comércio e serviços.
O volume de negócios gerados durante as Rodadas de Negócios superou as expectativas do Sebrae no DF. No total, foram R$ 21.557.829,00 nos cinco dias de evento. Segundo a diretora do Sebrae no DF, Maria Eulália Franco, este foi um volume recorde no DF. "Este número é uma resposta à participação das trades nas Rodadas e ao grande interesse das pequenas empresas em colocar o seu produto no exterior. O grande volume que foi gerado mostra que os produtos das pequenas empresas do Distrito Federal estão de acordo com o mercado, e que elas estão preparadas para exportar", afirmou. Maria Eulália também acredita que esse valor é fundamental para estimular outros empresários a buscar diferentes caminhos para a divulgação de se produto, inclusive fora do país.
No total, 25.254 pessoas compareceram ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães para prestigiar a Feira do Empreendedor 2009. Dessas, 7.886 participaram do programa de capacitação, que teve início na segunda-feira, 20, antes mesmo da abertura oficial do evento. Temas diversificados foram abordados nos cursos, oficinas, palestras, seminários e sessões de cinema oferecidos. Entre os focos, vantagens de formalizar o Empreendedor Individual, sugestões para a expansão dos negócios de uma empresa e como deixar os produtos mais atraentes para o público, além de dicas de culinária, que foram oferecidas nas Oficinas de Gastronomia.
Sustentabilidade e Acessibilidade
Para colocar em prática os conceitos nos quais se basearam a Feira, todo o evento foi montado com material reciclado, a exemplo das divisórias em tetrapac, tetos de papelão nos estandes e lixeiras de papelão reaproveitado. Além disso, o Centro de Convenções foi todo adaptado com rampas de acesso e corredores largos entre os estandes para comportar cadeiras de rodas. Diversos espaços possuem, ainda, ferramentas para facilitar o acesso, como computadores com fone de ouvido para pessoas com deficiência visual. Intérpretes de libras e vasos de plantas próximos às placas de sinalização também ajudavam a criar um ambiente favorável para pessoas com qualquer tipo de deficiência. Para realizar as ações, o Sebrae no DF contou com a parceria do Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência do Brasil - ICEP Brasil. O presidente do ICEP, Sueide Miranda, lembrou a importância da iniciativa na Feira e afirmou que "a mais importante ação do evento foi mostrar a inclusão na prática, contratando pessoas com deficiência para o atendimento aos visitantes".
O impacto causado ao meio ambiente com a movimentação da Feira também foi uma das preocupações do Sebrae. Em parceria com o Instituto de Permacultura, Organização, Ecovilas e Meio Ambiente - IPOEMA, toda a emissão de carbono proveniente do evento foi calculada. O objetivo é neutralizar essas emissões com o plantio de árvores. No total, 114 toneladas de CO2 foram emitidas nos cinco dias de evento, o que significa a necessidade de plantar 750 árvores. O plantio ficará a cargo do IPOEMA. Também foi realizada a coleta seletiva de lixo, em parceria com a Central de Cooperativas, e a coleta de pilhas, lâmpadas e baterias, com o Ecoponto.
Negócios
Uma das novidades desta edição da Feira foi a grande oferta de franquias. Estudo de mercado realizado pelo Sebrae no DF apontou as franquias como excelentes oportunidades de negócios. Por isso, a Feira contou com uma ilha com mais de 20 franqueadores à disposição dos interessados. Além disso, durante o evento, o Sebrae apresentou as 36 melhores oportunidades de negócio no DF, conforme estudo realizado. Para ilustrar, 11 empresas-modelo estiveram em pleno funcionamento no Centro de Convenções. A Indústria de Biscoitos Caseiros era uma delas. A mini-empresa de Denise Cruz Ribeiro foi um sucesso. Além de ter a chance de mostrar os seus produtos, a profissional foi surpreendida com o interesse de mais de 20 pessoas em revender sua produção em cafés e restaurantes. Houve até quem se interessasse em exportar os pães e biscoitos de queijo para Portugal. "A participação na Feira, para mim, foi perfeita. Vim, a princípio, para amadurecer a ideia do meu empreendimento e saio daqui com meu objetivo plenamente atingido", orgulha-se Denise.
Muita emoção. Esse foi o sentimento de Wesley Pereira quando esteve no Circuito Empreendedor para se formalizar como Empreendedor Individual. Assim como ele, outras 988 pessoas percorreram o trajeto formado por estandes onde eram fornecidas informações sobre pequenos negócios, mercado, tecnologia, capacitação, crédito, exportação, consultoria para construção de plano de negócios e legalização de empresas. Estiveram de plantão consultores da Receita Federal, Departamento Nacional de Registro do Comércio, Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária, com orientações para a melhoria ou formalização de um micro ou pequeno empreendimento. No total, 85 trabalhadores informais saíram do espaço com o registro de suas empresas. A analista de negócios do Sebrae no DF Kátia Cristina Magalhães destaca que a formalização do Empreendedor Individual é importante por oferecer direitos como aposentadoria, auxílio-doença e licença maternidade. Além disso, o empreendedor passa a ter um CNPJ, "o que permite a ele comprar quantidades maiores dos fornecedores, a preços mais acessíveis. Isso sem contar que a fiscalização não vai mais cobrar por ele estar trabalhando de forma irregular", afirmou.
O Sebrae no DF firmou uma parceria com o Programa Creditrabalho - BRB para oferecer um pequeno empréstimo a trabalhadores informais do Distrito Federal. No total, 60 cédulas de crédito foram entregues durante a Feira a profissionais que trabalham por conta própria. O microcrédito de até dois mil reais foi concedido com a finalidade de "possibilitar um melhor investimento em equipamentos, capacitação e logística, de forma a alavancar os pequenos negócios para melhorar as vendas", afirmou o gerente da Unidade de Orientação Empresarial do Sebrae/DF, Ary Ferreira Júnior. A função do Sebrae é ajudar esses profissionais a gerenciar o recurso concedido pelo Programa, que foi instituído pela Secretaria de Estado de Trabalho do DF, e orientar essas pessoas a se formalizarem, tendo em vista a regulamentação da Lei do Empreendedor Individual.
Números Finais - Feira do Empreendedor 2009, realizada em Brasília/DF de 22 a 26 de julho de 2009
- Visitantes: 25.254
- Geração de Negócios: R$ 21.557.829,00
- Pessoas capacitadas: 7.886
- Empreendedores Individuais: 989 atendidos e 85 adesões